Presidente do PMDB-PR, o deputado federal Osmar Serraglio admite que o partido está dividido sobre qual rumo tomar nas eleições de 2014, e por enquanto não há sinal de que a legenda chegue a um consenso tão cedo.
Na semana passada, o senador Roberto Requião e o ex-governador Orlando Pessuti anunciaram a intenção de disputar a indicação de candidato próprio peemedebista ao governo do Estado.
Mas internamente, existem alas que defendem o apoio à reeleição do governador Beto Richa (PSDB), e outros que preferem o alinhamento com a candidatura de oposição da ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT).
Serraglio foi eleito para presidir o PMDB paranaense em dezembro do ano passado, em uma articulação que uniu a bancada do partido na Assembleia Legislativa e o grupo de Pessuti, e derrotou a ala encabeçada por Requião. E apesar da maioria dos deputados estaduais apoiarem o governo Richa, o parlamentar garante que isso não significa alinhamento automático ao projeto de reeleição do tucano. “Não tem nada a ver. Não sou Beto, nem Gleisi, nem Requião e nem Pessuti. Sou presidente porque não pendo para nenhum lado”, explica ele.
Segundo Serraglio, caso Requião fosse eleito presidente, estaria praticamente definida a candidatura do senador ao governo. “Minha vitória no diretório significa que o PMDB n ão quer precipitação. A ideia é não haver imposição”, avalia.
O dirigente admite que Requião leva certa vantagem, por conta de ter sido governador por três mandatos. “O Requião está na dianteira. Mas a derrota na convenção mostrou que ele não soube agregar o suficiente. Ele tem muitos adeptos e muitos adversários (internos). Internamente talvez o Pessuti tenha mais simpatia”, considera.
Serraglio não sabe dizer como ou quando o partido vai sair desse dilema. “Naturalmente o ideal seria caminhar para algo que não crie muita divergência interna. No limite vai ser na convenção. A ideia é não chegar até aí”, explica, referindo-se à convenção de junho de 2014, quando o partido terá que tomar uma posição oficial. “Agora o que temos é opções. Temos dois pretendentes (Requião e Pessuti) e tendências pró-Beto (Richa) e Gleisi. Independente de toda a liderança que reconhecemos no Requião, nada impede que avaliemos outras alternativas”, alega.
PMDB Nacional – O deputado reconhece ainda que a questão nacional, onde o PMDB já definiu a manutenção da aliança com o PT, e do apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff, com o presidente nacional do partido e vice-presidente da República, Michel Temer, na chapa da petista, poderá influir na decisão loca. “Depende do interesse lá de cima. Vão trabalhar em cima do que mais favoreça a Dilma”, afirma. Ele diz não acreditar, porém, em veto ou intervenção em caso de decisão de apoio a Beto Richa. “Se a aliança tiver um perfil diferente, terá que passar pela direção nacional”, confirma. (www.bemparana.com.br).
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