O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, disse que se sentiu incomodado com os manifestantes que acamparam durante dias na rua onde mora, no bairro do Leblon, área nobre da capital fluminese. O grupo foi retirado do local na madrugada de terça-feira (3) pela Polícia Militar. Mais uma manifestação está prevista para esta noite em frente ao prédio onde reside o governador.
Para ele, manifestações devem ser sempre respeitadas. “Deve haver tolerância e respeito, mas isso não tem nada a ver com acampamento na rua – nem na [Avenida] Delfim Moreira, nem na Aristides Espíndola, nem na Irineu Marinho, nem na Rua Riachuelo, nem na Avenida Copacabana ou na Avenida Brasil. Em lugar nenhum, pode-se tolerar o impedimento do direito de ir e vir.”
O governador disse que tem ficado em casa nas duas últimas semanas, desde quando o acampamento foi instalado, e reclamou dos transtornos. “Eu lamento, porque tenho filhos pequenos, grandes, família, que ficam preocupados.” Cabral reforçou que manifestações contra o governo devem se feitas pacificamente, em frente à sede do governo, o Palácio Guanabara, em Laranjeiras.
Ele aproveitou para lembrar que a democracia é recente no país e que as manifestações fazem parte dela. “Todas essas manifestações fazem parte de uma reflexão para o aperfeiçoamento da democracia. Graças a Deus, ninguém marchou com Deus e a família, querendo o golpe”, disse Cabral, referindo-se a uma série de atos promovidos em março de 1964 por setores conservadores da sociedade contra reformas anunciadas pelo então presidente João Goulart. O movimento culminou com a instalação do regime militar no país. (Agência Brasil)
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