Não há mais razões para que a UEM (Universidade Estadual de Maringá) não se integre ao sistema de gestão da folha de pagamento dos salários dos servidores do Estado. A resistência levanta suspeita na falta de detalhes e clareza que se tem sobre os salários de professores, agentes universitárias e de outros cargos na universidade. Numa rápida consulta no portal de transparência se constata que há mais de 200 servidores que recebem, entre salários e outras vantagens, acima do teto constitucional.
Há por exemplo, uma agente universitária, que recebeu em dezembro R$ 71.802,72 (valores acrescidos de 13º salário e ou eventuais férias). Mas a mesma servidora recebeu R$ 115.368, 22 em agosto de 2017 de salários, o que inclui R$ 68.977,44 classificados como “valores retroativos”. Em setembro de 2017, a mesma servidora recebeu R$ 302.958,84 de salários (R$ 248.655,94 de valores retroativos).
Um médico, professor, recebeu R$ 65.197,18 de salários em dezembro por dois padrões. Um engenheiro percebeu R$ 26.958,88 como professor e mais R$ 37.801,70 como aposentado – a soma dos dois valores chega a R$ 64.760,58. Há casos em que salários se multiplicam com uma série de benefícios. Uma professora na área de enfermagem recebeu R$ 64.682,18 de salários em dezembro assim divididos: R$ 7.944, 60 (salário) + 9.833,52 (gratificações) + 11.294,47 (outros salários) e + 35.909,50 (13º).
Há acumulo de cargos de professor e agente universitário. Um professor, por exemplo, recebeu R$ 49.442,38 de salário em dezembro e mais R$ 31.849,47 como agente universitário. E há servidores com dois padrões recebem mais que o teto constitucional. Outra situação não esclarecida é de servidores que acumulam salários com pensões. Em dezembro, uma professora recebeu R$ 45.638,60 de salários e mais R$ 15.048,28 de uma pensão e mais R$ 19.274,60 de outra pensão. Esse professora recebeu R$ 79.961.48 entre salários e duas pensões.
Espera-se que tudo isso não passe além de simples suspeitas e fácil explicação, mas que podem ser sanadas com a simples adesão ao sistema Meta-4.
O Meta4 não vai mudar nada dessa realidade. O objetivo do Meta4 é evitar que hajam progressões nas carreiras de docentes e técnicos.
O Meta4 está em mais de 95% do estado e ainda assim estes casos de supersalários aparece. Deve-se, também, verificar se estes salários não são pontuais, ou seja, é apenas em um mês, em que 13 e férias aparecem no mesmo mês.
A comparação só é justa, se justiça for o seu objetivo, se o salário for acompanhada todos os meses.