Por Ronaldo Evangelista
Folha de S. Paulo
Selah Sue é uma loirinha de olhos azuis, belga, de 22 anos, que canta soul moderno com toques de hip-hop, reggae e folk. Seu primeiro álbum, “Selah Sue”, que será lançado em maio no Brasil após vender 400 mil cópias na Europa, traz canções pessoais, interpretadas com voz rouca e sonoridade urbana. Se soou algo familiar, é porque o formato não é novidade em tempos de Adele, Duffy ou Joss Stone.
Inclusive no quesito popularidade: os vídeos da jovem belga já somam mais de 25 milhões de acessos no YouTube. E, em praticamente todos, aliás, ela aparece com cabelo armado à moda das antigas “girl groups”. Mais ou menos como, você adivinhou, Amy Winehouse.
As referências não são gratuitas. Foi à base de muita influência de música pop americana e inglesa que a garota se formou, e para este mesmo mercado que se projeta. “Eu nunca ouvi música da Bélgica”, diz ela, por telefone, de seu país natal. “Há algumas coisas boas, mas não muito do meu estilo. Existem algumas bandas de rock, mas nada de soul ou hip-hop. É um mercado pequeno aqui, então sempre fui atrás de música do Reino Unido ou dos Estados Unidos.”
Foi um disco americano de rap e de canções que acendeu a faísca musical na pequena Selah. “A primeira artista que me interessou muito foi Lauryn Hill, quando ela lançou o Acústico MTV, em que toca sozinha com seu violão”, lembra. “Foi o que me fez querer aprender a tocar. Ela é uma grande influência no meu jeito de compor.”
Os primeiros momentos de destaque da cantora e compositora foram em shows de abertura para Prince e Jamie Lidell -de dois anos para cá, só aumentou seu “hype” e círculo de parcerias famosas. Seu disco traz produtores de grife, como Farhot e Me’Shell Ndegéocello, e tem um dueto com o também produtor, cantor e rapper Cee Lo Green. “Ele mandou o beat e fiz algumas coisas em cima. Ele gostou, cantou junto e até lançou no disco dele”, conta.
Também citando como influência a cantora futurista Janelle Monáe, Selah diz que “seu trabalho é muito particular”. Aos 22 anos e no primeiro disco, a belga já tem som e estilo. Alguns anos de experiência e vivência e quem sabe até possa se destacar no mar de similaridades.
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