O governador Carlos Massa Ratinho Junior disse nesta sexta-feira (18), em entrevista à GloboNews, que vai estruturar a segurança pública do Paraná com maior presença de policiais e integração das polícias. “Segurança pública se faz de duas maneiras: com presença física e tecnologia. Vamos aliar as duas”, afirmou.
Ele confirmou a implantação da Cidade da Polícia, proposta durante a campanha eleitoral, que integrará em um mesmo local a cúpula da segurança estadual, federal e municipal. O objetivo é aproximar todas as corporações, que manterão sua atuação, mas terão a facilidade de desenvolver estratégias conjuntas.
O governador informou, ainda, que técnicos do Exército na área de inteligência treinarão equipes de segurança do Paraná.
ESCOLA – Ratinho Junior anunciou, para fevereiro, o início do programa Escola Segura, que terá policiais da reserva na porta de escolas públicas para garantir a segurança de alunos, pais e professores.
A inspiração vem de um projeto semelhante adotado na década de 90 em Portugal, segundo ele, com ótimos resultados. “Essa medida também deve reduzir a evasão escolar, porque muitos jovens não vão à escola por causa da insegurança no entorno”, afirmou.
PRESÍDIOS – Outro desafio que está na pauta do governo é a questão penitenciária. O governador lembrou que hoje cerca de 10 mil presos estão alojados provisoriamente em delegacias do Paraná por falta de vagas em presídios. “Um problema comum em todo país”, disse ele. Além da necessidade de investimentos, explicou o governador, é preciso repensar todo o sistema prisional brasileiro, que descreveu como ultrapassado e mal gerido.
Ratinho Junior citou problemas de estrutura, da mistura de presos com diferentes graus de crime e do custo acima da média mundial. “Hoje o preso custa no Brasil U$ 1,2 mil por mês. No mundo inteiro o valor é de U$ 1 mil. Estamos gerindo mal o dinheiro e tratando de forma quase desumana esses presos que estão vivendo empoleirados nos presídios.”
Um bom exemplo disso é a economia de quase R$ 100 milhões nas refeições das penitenciárias, conseguida pelo novo governo apenas com uma renegociação de contrato. “O fornecedor é o mesmo, a qualidade da comida é a mesma, só fizemos uma renegociação. Então se vê que o dinheiro era mal gasto. Faltava gestão.”
PARCERIA – O governador defendeu a parceria com a iniciativa privada na área penitenciária. Ele deu como exemplo os Estados Unidos, onde cerca de 50% dos presídios são geridos por empresas privadas, sem tirar a tutela do Estado de comandar e ser responsável pelo preso.
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