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Secretário cita fracasso anterior e descarta “solução milagrosa” para dengue no PR

Os números de casos de dengue no Paraná acabaram se tornando o tema principal da prestação de contas da área da saúde relativa ao primeiro ano de Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) no Palácio Iguaçu. A prestação de contas foi feita na Assembleia Legislativa pelo secretário da Saúde, Beto Preto, na manhã desta terça-feira (3). Na fala aos deputados estaduais, Beto Preto admite que os números no Paraná são altos (quase 45 mil casos de dengue), explica que isso tem relação com a circulação de um novo tipo de vírus (o sorotipo 2, ou DEN-2), mas reforça que a pasta não busca “solução fácil ou milagrosa”. “O nosso trabalho, a nossa campanha, é tentar reduzir o foco de proliferação do mosquito Aedes Aegypti”, afirmou. As informações são de Catarina Scortecci na Gazeta do Povo.

Na gestão anterior, do tucano Beto Richa, a pasta chegou a aplicar em parte da população a Dengvaxia, uma vacina contra a dengue fabricada pelo laboratório francês Sanofi-Pasteur. Em agosto de 2018, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirmou que se tratava de uma vacina contraindicada para pessoas que nunca tiveram a doença e pediu alterações em sua bula. Nesta terça-feira (3), questionado pela Gazeta do Povo sobre a Dengvaxia aplicada no passado, Beto Preto afirmou que “a vacina não logrou êxito necessário” e que “teve um custo elevado”.

“Inclusive estamos analisando todo o arcabouço de ações que foram feitas a partir desta vacinação. Ela previa três doses. Poucas pessoas que estavam aptas a tomar a vacina tomaram as três doses. Não alcançou o objetivo. Mas é uma decisão da Secretaria da Saúde na época. Não estou aqui contestando, criticando, nem concordando. Nada disso”, respondeu Beto Preto, antes de entrar na audiência com os parlamentares. Mais tarde, durante a prestação de contas, o secretário reforçou a ideia de que não se busca “solução fácil ou milagrosa”.

“Nós gostaríamos de ter notícias melhores, mas temos aí 44.441 casos neste ano. A tendência é mais quatro semanas de ampliação. Devemos passar os 60 mil casos de 2016 [maior número registrado até agora]. Mas não inventamos nada de vacinação, não compramos nenhuma vacina diferente aí que já existia. Estamos acreditando que dentro de 2 anos o Butantan vai colocar isso. Estamos enfrentando sem esconder nenhum número”, afirmou.

No final da tarde desta terça-feira (3), o Paraná passou do quadro de “alerta de epidemia” (100 casos para cada 100 mil habitantes) para “epidemia” (300 casos para cada 100 mil habitantes).”