Lideranças do setor produtivo de Foz do Iguaçu e Cascavel afirmam ainda que vão se rebelar se a proposta federal não mudar.
O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) afirmou nesta terça-feira, 9, que a cada dia aparecem mais questionamentos sobre a proposta apresentada pelo governo federal para as novas concessões de rodovias no Paraná. Segundo ele, há ainda muitas dúvidas a serem esclarecidas. Entre elas está a relação entre o volume de quilômetros acrescidos ao Anel de Integração e o número de praças de pedágio que se pretende criar.
Romanelli disse ainda, em entrevista aos jornalistas Claudio Osti e Fábio Silveira no canal Lugar da Fala, que nas audiências realizadas pela frente parlamentar até agora, principalmente em Cascavel, há um repúdio geral ao plano de concessão federal.
Lideranças do setor produtivo de Foz do Iguaçu e Cascavel afirmam ainda que vão se rebelar se a proposta federal não mudar.
Pela proposta do Ministério da Infraestrutura, haverá um acréscimo de 800 quilômetros ao Anel de Integração. Isso representa um aumento de 33% sobre o atual traçado, de 2,5 mil quilômetros. Em contrapartida, o número de praças de pedágio aumenta 55%. Serão 42 unidades de cobrança nos 3,3 mil quilômetros que serão concedidos, contra as 27 existentes hoje.
Romanelli também sustenta que o modelo de concessão que querem impor aos paranaenses não muda a lógica do que existe atualmente no Estado, com tarifas caras. O deputado lembra que os leilões realizados nos últimos anos no Brasil foram feitos pelo menor preço, enquanto ao Paraná se propõe uma nova sistemática, chamada de modelo híbrido, que inclui uma taxa de outorga.
“Me parece que criaram um modelo de negócio para garantir o direito das concessionárias, e não um modelo de concessão”, critica o parlamentar, salientando que prefixar os valores das tarifas do pedágio não garante a realização de obras. “Esta é uma experiência que vivenciamos no nosso Estado há quase 25 anos. O risco do modelo híbrido é o mesmo dos contratos atuais”.
MENOR TARIFA – Para o deputado Romanelli, a condução do processo de concessão deve ser pela menor tarifa. “Vamos deixar a economia de mercado prevalecer. Quem tiver mais eficiência oferece a menor tarifa e assume as responsabilidades pela concessão”, destaca ele. “Já há uma margem de lucro fixa na proposta de contrato de concessão”.
O deputado também questiona o aumento automático de 40% nas tarifas após a realização de obras de duplicação, que devem acontecer em até sete anos. “É mais uma paulada no lombo do usuário”, afirma o parlamentar. “Imagina a confusão que isso vai gerar na época do reajuste”.
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