O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta sexta-feira (9) que todos os jornalistas estariam presos se “excesso jornalístico desse cadeia”. Com informações do Diário do Poder.
“Se o excesso jornalístico desse cadeia, todos vocês estariam presos agora, tá certo?”, disse Bolsonaro ao deixar o Palácio da Alvorada ao lado do ministro Sergio Moro (Justiça).
A fala do presidente foi acompanhada de aplausos de apoiadores, que o aguardavam na porta da residência oficial da Presidência.
Ele não detalhou a que se referia ao falar em “excesso jornalístico”, mas são constantes em suas falas afirmações em tom crítico ao trabalho da imprensa.
A declaração foi feita pelo presidente depois de Moro explicar em que consistia o projeto de excludente de ilicitude apresentado por ele ao Congresso.
A proposta faz parte do pacote anticrime, considerado prioridade do Ministério da Justiça, mas que enfrenta resistência dos parlamentares.
Moro estava explicando aos repórteres que o texto tem como objetivo retirar “excessos” de punições em alguns crimes.
Ele citou como exemplo o caso da modelo Ana Hickmann, apresentadora da TV Record que foi atacada por um homem que se dizia seu fã em um hotel em Belo Horizonte, em 2016.
O responsável pelos ataques acabou morto – depois de efetuar disparos – por reação do cunhado da apresentadora. Ele se referia ao fato de o cunhado ter de responder a um processo por ter matado o responsável pelo ataque.
“A proposta [de excludente de ilicitude] que existe no projeto é bastante específica. Esse caso que foi mencionado pelo presidente envolvendo aquela famosa atriz, modelo, é um caso característico. Aquela pessoa não pode ser tratada como assassina, defendeu a família. As pessoas não são máquinas, eventualmente podem ali cometer algum excesso. Não tem nenhuma extravagância nisso”, disse Moro.
À tarde, Bolsonaro postou mensagem em seu perfil no Twitter sobre o tema.
“Queremos tirar o ‘excesso’ do Código Penal, afinal atirar num bandido duas ou mais vezes deve ser motivo de comemoração (sinal que o policial está vivo), e não de condenação. Já os excessos dos jornalistas…”, escreveu.
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