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Meio ambiente: São Paulo adota a metodologia de gestão de água da Itaipu

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Programa Cultivando Água Boa foi premiado pela ONU-Água em 2015 como melhor prática de gestão dos recursos hídricos

O município de São Paulo vai adotar o programa Cultivando Água Boa (CAB) para a gestão de bacias hidrográficas em torno dos mananciais que abastecem a cidade. A parceria foi firmada na última terça-feira, 12, na capital paulista. A metodologia empregada pela Itaipu Binacional e diversos parceiros na Bacia do Paraná 3 (na margem brasileira do reservatório da Itaipu) levou o prêmio Water for Life 2015, da ONU-Água, de melhor prática de gestão da água e vem sendo replicada em diversas outras regiões do Brasil e também por outros países.

O acordo de cooperação foi firmado durante o Seminário Água Boa em São Paulo: cenários, práticas e soluções, na Bienal do Parque do Ibirapuera. No local também foi montada uma exposição com fotos, depoimentos e conteúdo do CAB. A mostra segue a partir desta quinta-feira (14) para a Umapaz, no Parque Ibirapuera, onde permanecerá durante todo o ano de 2016.

Participaram do seminário o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu Binacional, Nelton Friedrich; a presidente do Instituto Ecoar, Miriam Dualibi; além de gestores públicos, parlamentares ligados à questão da água, integrantes dos Comitês de Bacias, ONGs, universidades, associações comunitárias e empresas.

O programa – O CAB contém 20 programas desdobrados em 65 projetos interconectados e estruturados de forma conjunta e participativa. Os principais são: Educação Ambiental ; Gestão por Bacias Hidrográficas; Gestão da Informação Territorial; Saneamento na Região; Desenvolvimento Rural Sustentável/Vida Orgânica; Plantas Medicinais; e os programas de inclusão social, produtiva e tecnológica de segmentos socialmente vulneráveis, como indígenas, catadores de materiais recicláveis e pescadores artesanais.

Um dos aspectos principais do CAB está no fortalecimento das comunidades locais. O envolvimento comunitário fica evidente já nas etapas de implantação do programa em cada uma das microbacias hidrográficas em ações de sensibilização, diagnóstico e planejamento participativo das ações de recuperação dos passivos ambientais. O processo é concluído com o Pacto das Águas, quando todos os participantes firmam o compromisso de realizar as ações de recuperação. Atualmente, 217 microbacias estão sendo recuperadas em torno do reservatório da Itaipu).

“Um dos principais diferenciais da metodologia está nesse processo participativo, de democracia direta e de responsabilidade compartilhada. É isso que dá vitalidade ao programa”, afirma o diretor de Coordenação da Itaipu, Nelton Friedrich, responsável pela coordenação geral do CAB.

Referência – Os bons resultados alcançados em 13 anos do Cultivando Água Boa tem repercutido nacional e internacionalmente, o que se traduz em diversas parcerias para a replicação da metodologia do programa em outras bacias hidrográficas. Com os governos do Paraguai e da Argentina, o CAB tem colaborado para a recuperação de microbacias na margem paraguaia da Itaipu e também na binacional Yacyretá, localizada no Rio Paraná, 400 quilômetros a jusante de Itaipu.

Em 2013, o CAB se tornou um instrumento de cooperação do governo brasileiro com países latino-americanos e com a Espanha. Hoje, projetos-piloto estão sendo implantados na Guatemala, República Dominica e no país ibérico (nas cercanias de Madri e Vitoria-Gastéiz).

No Brasil, os governos de Minas Gerais e do Distrito Federal adotaram o programa como política pública em 2015. E, agora, o município de São Paulo se une a esses governos. A capital paulista enfrentou por quase dois anos uma das piores secas de sua história. A situação voltou a se normalizar no final de 2015.