A saída do secretário de Estado do Desenvolvimento Urbano, Ratinho Júnior (PSD) do cargo – que deve ser confirmada hoje – precipita as articulações para a disputa pela sucessão do governador Beto Richa para as eleições de 2018. Faltando dez meses para o início da campanha, a decisão de Ratinho Jr de deixar o posto na administração estadual para se dedicar ao projeto de chegar ao comando do Palácio Iguaçu deve forçar os demais pré-candidatos ao governo a anteciparem seus movimentos para se preparar para a disputa. As informações são de Ivan Santos no Bem Paraná.
No grupo político de Richa, Ratinho Jr disputa a indicação de candidato com a vice-governadora Cida Borghetti (PP), cuja pré-candidatura vem sendo trabalhada pelo marido e ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP). O principal trunfo da vice é a possibilidade de que ela assuma o governo em abril do ano que vem caso Richa se desincompatibilize para disputar uma vaga no Senado. Com isso, Cida Borghetti teria condições de se tornar mais conhecida e impulsionar sua pré-candidatura.
Richa, porém, vem mantendo suspense sobre o que pretende fazer, alegando ser muito cedo para tomar qualquer decisão. A aliados, ele chegou a admitir a hipótese de não disputar a eleição do ano que vem, permanecendo no cargo até o final do mandato, o que frustraria os planos do “clã” Barros. O mais provável é que o governador só tome uma decisão no final do prazo, até como estratégia para evitar um “racha” em seu grupo político, com uma disputa aberta entre a ala de Ratinho Jr e da vice.
Assédio – Do outro lado do espectro político está o ex-senador Osmar Dias (PDT), que também já se declarou publicamente pré-candidato ao governo – cargo que disputou e perdeu por duas vezes, em 2006, para Roberto Requião (PMDB) e em 2010, para o próprio Richa. Osmar vem percorrendo o Estado em encontros com lideranças políticas regionais em busca de apoio e ideias para seu futuro programa. E tem sofrido assédio de diversos partidos, a começar pelo “Podemos”, nova sigla de seu irmão e pré-candidato à Presidência da República, Alvaro Dias.
Por enquanto, ele mantém suspense sobre o que pretende fazer, alegando que só definirá partidos ou alianças após a aprovação da reforma política, que deve acontecer até o início do mês que vem. Além do Podemos, ele já teve convites para migrar para o PMDB do presidente Michel Temer.
O ex-senador também é cortejado por setores do grupo político de Richa, como o PSB do líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado estadual Luiz Cláudio Romanelli, que ofereceu a ele a vaga de candidato ao Palácio Iguaçu, em uma articulação que poderia incluir também o PSDB, com uma das vagas de candidato ao Senado para Richa.
Ratinho Júnior, por sua vez, também já ofereceu ao PSDB uma aliança, incluindo a indicação do candidato a vice-governador para os tucanos, bem como igualmente uma das vagas de candidato ao Senado para o atual governador. Ele tem a vantagem de comandar o bloco PSD-PSC, maior da Assembleia, com 14 deputados, e mais de 80 prefeitos. Além disso, na Capital, ele garantiu uma base importante, com a candidatura do deputado estadual Ney Leprevost (PSD) à prefeitura de Curitiba, que apesar de derrotada por Rafael Greca no segundo turno, terminou a campanha com 46% dos votos válidos.
Fotos: arquivo/google
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