O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) defendeu nesta quinta-feira, 23. que as mudanças previstas para a EJA (Educação de Jovens e Adultos) busquem uma solução “menos prejudicial” para os estudantes que já estão com o curso em andamento.
Romanelli disse que a Educação é o melhor indicador para medir a desigualdade social no Brasil e a EJA ajuda a vencer esse desafio.
“Nada melhor do que medir a desigualdade no Brasil quando se analisa a escolaridade de uma pessoa. E essa desconexão entre idade e a série é justamente corrigida pela EJA, que dá oportunidade para a conclusão dos ensinos fundamental e médio e, se for o caso, a continuidade nos estudos”, afirmou o deputado durante reunião da Comissão de Educação na Assembleia Legislativa.
O atual modelo ofertado pela Secretaria Estadual de Educação foi alterado de 2019 para 2020 e, por isso, Romanelli sugeriu a reunião convocada pelo líder do Governo e presidente da Comissão de Educação do legislativo, deputado Hussein Bakri (PSD).
Readequação
Romanelli expressou preocupação com o novo formato da EJA, que teve o cronograma readequado em 2020 e a matriz curricular unificada. O deputado lembra que o programa é destinado a jovens e adultos que não tiveram oportunidade de concluir os estudos na idade adequada.
Com a mudança feita pela Secretaria de Educação, os estudantes agora podem concluir os ensinos fundamental e o médio em dois anos. A mudança feita, segundo a secretaria, depois de ser detectado que os alunos da EJA levavam, em média, cinco anos para concluir cada etapa. “Com isso, muitos estudantes acabam desistindo dos estudos, por demorar muito tempo para concluir o curso e obter a certificação”, avalia Romanelli.
Já no caso da matriz unificada, diz Romanelli, facilita a continuidade dos estudos no caso do aluno se transferir para outra escola e ajuda os professores na organização das escolhas das aulas, porque todas as instituições passam a ter as mesmas matérias.
Horário
Por outro lado, acaba com a flexibilização da grade de ensino que os alunos têm, de acordo com a disponibilidade de horário e dia para os estudos. “Alguns estudantes necessitam de uma grade de ensino mais flexível e querem se matricular em disciplinas isoladas, como antes, além de poderem ter atendimentos individualizados”, explica o deputado.
Romanelli aponta também que, por conta dessas mudanças, estudantes que já estão em curso terão de se submeter novamente a uma avaliação que efetivamente já aconteceu.
“Precisamos encontrar um meio termo e fazer aquilo que é o correto e validado por todos. Temos que buscar uma solução que seja tecnicamente viável e ao mesmo tempo não prejudique os alunos da EJA como essa proposta atual, que na minha avaliação prejudica o direito das pessoas e é muito complexa do ponto de vista objetivo”, disse Romanelli.
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