O deputado Romanelli (PSB) reiterou nesta segunda-feira, 17, o apoio ao programa de irrigação do Paraná que deve começar pela região da cidade de Paranavaí no Noroeste. “Todos os estudos indicam que a irrigação aumenta a atividade agrícola, o que muito importante para região, porque gera mais emprego e traz desenvolvimento a uma região com déficit hídrico, mas com excelente potencial agrícola”, disse Romanelli que propôs o uso da sessão para exposição técnica sobre o tema.
As demandas e os benefícios foram abordados por representantes e especialistas que ratificaram o pedido de apoio ao setor, destacando a necessidade de desburocratização de alguns pontos que impedem um maior desenvolvimento de áreas irrigadas, como o dos custos dos equipamentos, criação de linhas de crédito, agilidade para a concessão de licença e outorga para o uso da água dos rios.
Romanelli afirmou que algumas regiões necessitam do investimento em irrigação, como é caso do Noroeste, onde predomina o solo de Arenito Caiuá, em uma área de três milhões de hectares. “Estamos tratando de um tema muito importante. Quem conhece o Noroeste sabe que a região foi muito rica na época da produção cafeeira. Precisamos deste trabalho para a mudança econômica e social nesta região”.
Bem vindo – O programa estadual de irrigação, a princípio, vai abranger os polos de Maringá, Paranavaí, Umuarama e Cianorte, onde predominam as bacias do Ivaí, Piquiri e Pirapó. O apoio é mais que bem-vindo. É o que disse a engenheira Priscila Silvério Sleutjes, membro titular da Câmara Temática de Agricultura Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e membro titular da Comissão Nacional de Irrigação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Priscila Sleutjes diz alguns pontos travam o setor como a falta de segurança jurídica, hídrica e energética. “A energia ainda é cara para irrigar as plantações. Além disso, necessitamos de melhorias na concessão de licença ambiental. Por fim, os produtores precisam de direitos de outorga hídrica para utilização da água. Precisamos desburocratizar estes processos”, explicou.
A utilização da irrigação para geração de alimentos permite o que a especialização chama de verticalização da produção. “Com a mesma área, podemos produzir duas vezes e meia a mais. A cada dois anos, temos cinco safras. O desenvolvimento econômico é muito maior. A tecnologia para isso nós temos. Precisamos de apoio”, afirmou.
O Brasil e o Paraná ainda estão abaixo da média mundial em áreas irrigadas. Enquanto no mundo o índice é de 40%, no Paraná é de em torno de 1,6%. No Brasil está em 7,7%. Os dados são do governo estadual.
Há mais de 10 anos trabalhando na articulação de políticas públicas ligadas a agricultura irrigada, recursos hídricos e meio ambiente, a engenheira Priscila Silvério Sleutjes recebeu uma menção honrosa, proposta pelo deputado Romanelli, pelo trabalho que ela tem desenvolvido.
Associação – O diretor do Sindicato Rural de Paranavaí, Demerval Silvestre, está à frente da Associação dos Produtores Irrigantes do Paraná. A entidade pretende batalhar pelo crescimento de áreas irrigadas no Paraná, principalmente na região do Arenito Caiuá. Silvestre explica que a associação quer promover o desenvolvimento do agronegócio, melhorar a pesquisa, congregar agricultores, além de oferecer suporte técnico.
Para isso, ele enumerou algumas demandas, como a necessidade de concessão de crédito, o incentivo para novas redes elétricas e o oferecimento de treinamento técnico para o manejo hídrico. “Neste sentido, o apoio da Assembleia Legislativa é essencial para nossa causa”, disse.
Estímulo – A previsão é que o Programa de Irrigação do Paraná represente um incremento de produção atinja até 500% em algumas culturas e facilite o processo de integração lavoura-floresta-pecuária. A iniciativa é da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
O programa está alicerçado em alguns eixos. O primeiro trata da redução de custos, particularmente com equipamentos. Para isso, estão previstos isenção de ICMS e diferimento tributário. Na questão ambiental, está prevista maior agilidade para a concessão de licença e outorga para o uso da água dos rios. O programa prevê ainda parceria com a Copel para reforçar a rede, ampliando o sistema trifásico, que garante mais confiabilidade e segurança.
Entre os eixos do Programa de Irrigação também estão previstos projetos de tecnologia e inovação. Uma das propostas é a de compartilhamento de dados meteorológicos entre os institutos, particularmente Simepar e Iapar, usando a previsão de chuvas para controlar a irrigação.
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