Seria Rogério Bonato um novo Barão de Münchhause com suas aventuras relatadas por Rudolph Erich Raspe e Terry Gillian? Ou seria a personificação da dupla alemã Konrad Kujau e Gerd Heidemann nos “Diários Secretos de Adolf Hitler”? Ou ainda mais recentemente, agora, seria uma versão fronteiriça de Quentin Tarantino que diz se vingar da história em “Bastardos Inglórios”?
Menos, diriam alguns, principalmente os que torcem o nariz para sua nova empreitada litero-histórica, mas Rogério Bonato (foto) rides again e em estado bruto no seu imaginário. Basta ler as 264 páginas de casos, causos e histórias permeados com outro personagem controverso da tríplice fronteira: Ermínio Gatti – o ítalo-brasileiro de US$ 10 milhões. Esse é Gato Preto, Gato Branco, da Travessa de Editores, na sua primeira edição, com lançamento marcado para esta sexta-feira (16) em Curitiba.
Não espere cronologia, referências e contextos mais precisos nos gatos de Bonato. Inda bem que ele já esqueceu dos foguetes do Chico Buarque na Argentina, dos saltos noturnos na terra Cataratas e das pingas que tomou com o Lula num boteco perto da TV Naipi, entre outras invencionices do “nosso Macunaíma”, como disse-me uma vez Selmo Aragão. Nosso quem, cara pálida?
Trecho de artigo do jornalista Zé Beto Maciel que pode ser lido na íntegra clicando AQUI.
Seria o Bonato uma referência (palavra de orgamos do Imperador) para o destemido repórter Tintim?
O personagem normalmente é apresentado como um jovem repórter (cuja idade vai presumivelmente da adolescência até a juventude), de espírito aventureiro e curioso, constantemente envolto em casos de investigação criminosa ou em conspirações políticas, geralmente guiado por uma personalidade descrita como nobre, audaciosa e perspicaz. Eventualmente o personagem passa uma imagem de inocência, ainda que procure responsabilizar-se por seus atos de forma presumivelmente bastante madura (não raro criando situações em que dá “lições de moral” em outros personagens mais velhos).
O Bonato ao longo dos anos mentiu tanto que passou a acreditar nas próprias. O seu último livro é um “tratado sobre a mentira”. O homem inventa tanto que beira as raias do absurdo. E como todo mundo sabe disso ele segue a vida empurrando com a magistral barriga. Fazer o quê? Ele é assim, e ponto final.
Pôxa Olho de Rei, v. acabou com qualquer discussão.
“Um tratado sobre a mentira” é genial e resume tudo. Parabéns.