O Paraná quer que a iniciativa privada tenha papel mais ativo na melhoria da infraestrutura do Estado. Em palestra proferida nesta terça-feira (5) na sede do banco JP Morgan, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, o governador Beto Richa disse que ampliou o programa Paraná Competitivo, de forma que os incentivos fiscais beneficiem, além de empreendimentos industriais, também as empresas que invistam em rodovias, portos e aeroportos.
“Esse mecanismo fiscal abre espaço para a constituição de parcerias público-privadas (PPPs), ferramenta essencial para viabilizar o financiamento de projetos de infraestrutura”, afirmou Richa, que fez palestra a convite da Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos. “A modernização da nossa infraestrutura é prioridade, a fim de que seja um fator de dinamismo do processo de industrialização em curso”, disse ele.
“O Paraná tem boa estrutura de transporte, mas ainda restam gargalos a remover para agilizar o transporte da produção e melhorar a produtividade das empresas”, disse Richa. “O Estado desenvolve um grande programa de melhoria das estradas rurais e rodovias. Também defendemos nossos projetos de ampliação do porto de Paranaguá e da malha ferroviária estadual, além da modernização dos aeroportos”, explicou.
ENERGIA – Na palestra, o governador chamou a atenção para a oportunidade de exploração das jazidas de shale gas existentes no Paraná. Estudos preliminares indicam um imenso potencial do combustível no Estado e no Brasil, que pode estar entre as dez maiores reservas do mundo, além de um volume ainda não dimensionado de petróleo e gás convencionais.
“Os Estados Unidos estão liderando a revolução energética do shale gas, e o Paraná tem um potencial extraordinário a ser explorado neste mercado que está apenas em gestação no Brasil”, afirmou Richa. “Uma parceria aqui teria relevância estratégica para nós e perspectiva de alta rentabilidade para os investidores”, disse ele, lembrando que duas empresas norte-americanas que dominam as novas tecnologias de extração do shale gas já se habilitaram para participar dos próximos leilões de blocos de exploração, no final de novembro.
ECONOMIA – O governador afirmou também que as medidas tomadas pelo governo estadual descolaram o Paraná da tendência nacional de encolhimento da indústria. “O Estado vive seu mais expressivo processo industrializante, não só pelo número de empresas instaladas e pelos empregos criados, mas pela abrangência geográfica das novas plantas, instaladas em cidades e regiões antes desprovidas de indústrias de grande porte, sem dinamismo próprio”, afirmou.
Richa destacou que além de diálogo franco com o capital produtivo, o Estado reduziu impostos para pequenas e microempresas, diminuiu as alíquotas do imposto sobre importações e a carga tributária sobre informática e automação, além de outros setores geradores de emprego intensivo e de tecnologia.
Ele disse ainda que o programa de incentivos fiscais Paraná Competitivo contribuiu para que grandes multinacionais optassem por novos empreendimentos no Estado, mas que o governo estadual também garante apoio para o desenvolvimento dos pequenos negócios.
“O Paraná é o melhor estado para a instalação e operação de micro e pequenas empresas”, disse o governador, apontando dados de um levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Ele lembrou que antes de iniciar a agenda oficial nos Estados Unidos sancionou a lei estadual das micro e pequenas empresas para estimular o empreendedorismo e a inovação neste setor.
AGENDA – A palestra no JP Morgan foi o primeiro compromisso de Beto Richa em Nova Iorque. O governador irá também à sede da Organização das Nações Unidas (ONU) e à Conferência de Mercados Emergentes do Banco HSBC.
Richa também participará da gravação de uma aula digital do programa Globo Direction Classes na Universidade de Columbia, a convite do BRICLab, fórum de discussões da School International and Public Affairs (Escola Internacional de Relações Públicas) da Universidade de Columbia sobre Brasil, Rússia, Índia e China, e da Revista Voto.
O último compromisso do governador nos Estados Unidos é no Conselho das Américas, na próxima sexta-feira. A instituição reúne empresas com interesse em abrir novos mercados na América Latina, Canadá e Caribe. Ele estará de volta ao Brasil no sábado.