Colaborador do blog, indignado com as declarações do prefeito Paulo Mac Donald (PDT) de que Foz do Iguaçu tem a melhor saúde do Brasil, foi até o posto de saúde do Morumbi, colheu informações e passou o relato que se segue:
Madrugada de filas
Duas horas da manhã foi o horário que uma usuária da saúde pública em Foz teve que chegar ao posto do Morumbi para tentar uma consulta com um ginecologista na manhã seguinte. Ela foi seguida de outras que chegaram na seqüência. Segundo as usuárias quem chegas as 7 horas da manhã, início, da distribuição de senhas, já não consegue atendimento. “O jeito é passar a noite por aqui” disse uma delas.
Material
A atendente Fernanda Aparecida Martins, de 27 anos, teve a sorte de conseguir atendimento ondontológico no posto do Morumbi (ela tentou a consulta médica ginecológica e não conseguiu, para não perder a viagem, tentou um dentista e foi atendida!) Quando a Dra Letícia a recebeu, a moça solicitou um guardanapo para secar a boca durante o atendimento. A resposta foi irônica:
– você não trouxe de casa? Isso é atendimento público não há nada para secar a boca moça.
– Limpei com as mãos mesmo.
Fernanda que trabalha de telefonista em pizzaria se sentiu lesada não apenas pela falta de material, mas pelo atendimento, já que segundo a usuária, a dentista não precisava ter sido irônica e deveria saber lidar com o público. “Eu lido com o público no meu trabalho e sei que isso não se faz” disse, chateada, a moça.
Copo é luxo!
Já no pronto atendimento da avenida Paraná o menor dos problemas foi o copo coletivo. Sim, um copo de alumínio era usado por todos os usuários (em sua maioria doentes, lógico, no SUS). Lembrando que a hepatite é apenas uma das doenças que pode ser facilmente transmitida pelo uso de um mesmo copo. Em torno de uma hora depois a funcionária foi repor uns poucos copos de plástico e disse que esperava contar coma colaboração dos doentes para saber quando era hora de repor o material descartável!!!! Certa está a aposentada Teresa de Almeida Camilo, de 78 anos, que já leva o copo de casa, prova de que a situação é sempre a mesma.
Cadê o remédio???
Já o desempregado Joaquim Godòi de Almeida, consultou em um posto de saúde e chegou para buscar o remédio para o filho de 10 anos que tem dificuldades de respirar durante o sono: não encontrou! Quando ele questionou como faria para adquirir a medicação, se o conhecimento de algum político ajudaria, a atendente disse que sim, mas seria melhor caso o político fosse amigo, de fato, dele. Pior que ele disse que só conhecia um vereador do bairro dele e que ele vivia fugindo de todo mundo. Como o desempregado vão fazer para adquirir o remédio só Deus deve saber.