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Retomada pública da Ferroeste vai permitir a expansão da malha ferroviária do Paraná

“O modelo operacional da Ferroeste demonstra ao Brasil que é possível estabelecer uma gestão pública de uma ferrovia, inspirada, governada por princípios do interesse público, da defesa do produtor, da redução dos custos de produção”, destaca o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes. Veja matéria na íntegra em Reportagens.

Retomada pública da Ferroeste vai permitir a expansão da malha ferroviária do Paraná

Retomada pública da Ferroeste vai permitir a expansão da malha ferroviária do Paraná

A retomada pública da Ferroeste, que completa 180 dias nesta segunda-feira (18), já oferece condições ao Paraná de ampliar sua malha ferroviária, ligando as principais regiões, além do Mato Grosso do Sul e de países como a Argentina e o Paraguai, com o Porto de Paranaguá. “O Paraná é o único estado da federação a ter uma ferrovia e, portanto, o único estado brasileiro que pode fazer política de transporte ferroviário”, destaca o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, que projeta investimentos de R$ 2,2 bilhões na ferrovia paranaense.

“O modelo operacional da Ferroeste demonstra ao Brasil que é possível estabelecer uma gestão pública de uma ferrovia, inspirada, governada por princípios do interesse público, da defesa do produtor, da redução dos custos de produção”, completa.

A Ferroeste opera de modo completamente diverso das operadoras privadas de todo o restante do Brasil. A malha ferroviária brasileira, segundo Samuel Gomes, é operada por empresas que buscam obter maior lucratividade possível. “A conseqüência disso é a concentração de vagões, de locomotivas em trechos altamente rentáveis e o abandono de trechos importantes, que podem impulsionar a economia das regiões onde estão situados, mas que não trazem ao operador privado, a maior lucratividade possível”.

“Isso significa concentração, redução do número de clientes, ou seja, redução do acesso de produtores às ferrovias, concentrando o transporte ferroviário como um privilégio de multinacionais e de poucas grandes empresas. Os pequenos e médios produtores não têm acesso ao transporte ferroviário”, explica.

A gestão pública da ferrovia, para Samuel Gomes, permite tarifas condizentes com os custos de produção – o que não é a lógica das operadoras privadas que trabalham para obter a maior tarifa possível. “O limite, o teto tarifário para as operadoras privadas, é o preço do caminhão, do frete rodoviário. Se você quiser saber quanto custa para transportar uma tonelada de soja de um ponto a outro, basta ligar para uma transportadora rodoviária, ver quanto está o frete rodoviário e jogar 10% a menos que terá o preço do frete ferroviário”, compara.

As operadoras privadas, explica Samuel Gomes, não estabelecem as tarifas na base dos custos de produção, nos custos da operação ferroviária, taxas de rentabilidade e taxa de lucro. “Isso seria o correto, mas ao contrário, as operadoras desconsideram os seus custos e transferem para o produtor, a maior tarifa possível, transferem renda do produtor para a empresa ferroviária operadora”.

‘As ferrovias brasileiras foram construídas pelo poder público, com dinheiro do contribuinte. O sentindo da existência de uma ferrovia é para reduzir os custos de produção, obter o menor frete possível, a menor tarifa possível”, defende.

Investimentos – A Ferroeste incluiu no Plano Plurianual (2007-2011) do Governo do Paraná, a construção de armazéns em Cascavel, Guarapuava e Paranaguá, estudos para conclusão do Corredor Oeste, ligação das regiões Oeste, Sudoeste e Centro-Oeste do Paraná e Mato Grosso do Sul ao litoral do Estado, além da reforma, manutenção e aquisição de vagões e de locomotivas.

A ferrovia pretende adquirir oito locomotivas em 2007. Em 2008 está prevista a construção de três armazéns. O primeiro, com capacidade de 120 mil toneladas, será construído junto ao terminal ferroviário de Cascavel. A Ferroeste projetou ainda a construção de armazéns em Guarapuava, com capacidade de 60 mil toneladas e outro em Paranaguá, com capacidade de estocagem de 30 mil toneladas.

Ainda em 2008, a Ferroeste programou cinco estudos de viabilidade econômico-financeira de trechos entre Curitiba e Guarapuava, Paranaguá e Curitiba, Guapira e Cascavel e Cascavel e Foz do Iguaçu, além do ramal ferroviário do Porto do Mercosul, no litoral do Estado. A construção do trecho ferroviário entre Cascavel e Campo Mourão está prevista para os anos de 2010 e 2011.