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Requião vira chacota nacional – Impacto Paraná

 

requiao (2)O historiador Marco Villa não gosta do senador Roberto Requião (PMDB-PR) e já deixou isso claro. Villa tem seus motivos. Requião acumula uma série de impropérios à qualquer pessoa quando é contrariado, ataca o judiciário, em especial o juiz Sergio Moro, ataca promotores e procuradores e a Operação Lava Jato.

No Senado, Requião articula desde o projeto de abuso de autoridade, o qual restringe mecanismos da Lava, projeto de controle da mídia e projeto do casamento gay. Requião vai mais longe: quer substituir o ex-presidente Lula (PT) e ser o candidato da esquerda a presidente em 2018.

“Tudo que o senador Roberto Requião faz, eu estou no lado oposto porque eu sei que não é bom. Roberto Requião é uma pessoa nefasta à política brasileira. O que me causa estranheza é como o eleitorado do Paraná o recolocou no Senado. O mandato dele está terminando, espero que ele não seja reeleito, rezo por isso todo santo dia porque ele não faz bem aos paranaenses, não faz bem aos brasileiros”, disse Villa em comentário na rádio Jovem Pan de São Paulo.

Villa chamou já chamou Requião de “Maria Louca do Paraná”. “Requião não tem denominação. É aquele cara que você não compra um carro usado, dá nota de três reais ou bate sua carteira. Esse é Requião”, disse Villa no Jornal da Cultura, da TV Cultura.

“Bandidos” – Comentarista do jornal, Villa classificou Requião e os senadores Eunício de Oliveira (PMDB-CE), Edison Lobão (PMDB-MA) e Renan Calheiros (PMDB-AL) como “esses são todos bandidos”. “Em qualquer país sério estariam presos em regime fechado”.

O historiador e sociólogo pediu desculpa por de citar frases de Requião. Em uma delas n’O Globo, Requião: “Não vou aprovar emenda nenhuma do PSDB, vão a pqp. Que votem contra, no dia seguinte o Moro prende todos eles se o projeto não for aprovado”.

Para Villa, essa é a linguagem fina de Requião e cita outra frase do senador. “‘O Moro tem que trocar a erva. Está fumando charuto com erva estragada, está fora de juízo”, disse Requião n’O Globo.

“Esse é um senador da república! Isso é uma república bananeira? É, só numa república bananeira você tem um senador com essa responsabilidade de ser relator de um projeto tão importante que é um cala boca no Ministério Público e no Poder Judiciário”, se exalta Marco Villa.

“Eleitores idiotas” – Não é só o historiador que pega no pé do senador. Requião reagiu com agressividade aos eleitores que pediram para ele votar contra o projeto que pune os abusos de autoridades – uma vingança à Lava Jato, segundo os procuradores do MPF. “Vocês estão loucos! Vocês endoidaram!. Um juiz corrupto é aposentado com salários integrais. Não cometam esse imbecilidade, essa idiotice”, disse Requião.

A escalada verbal de Requião ganhou episódios inusitados. Em confronto com os procuradores da Lava Jato e o juiz Sérgio Moro, Requião saiu-se com essa: “Eu diria que o Moro andou fumando erva estragada porque o meu projeto não diz isso. Meu projeto não criminaliza o erro, que é corrigido em instâncias superiores. O projeto diz que a interpretação divergente, necessariamente razoável, ou seja, a lei diz não, a interpretação não pode dizer sim, não será punida. Ela [interpretação] deve ser necessariamente razoável e fundamentada. Eu jamais iria punir um equívoco de interpretação de um juiz”, disse.

Contra as delações na Lava Jato, Requião disse que a delação livra o rico e pune o corrompido. “Só uma observação: a delação premiada livra o grande e rico corruptor e pune com dureza o corrompido”, atentou ele no twitter.

Tapa no Focinho – Em entrevista a Rádio Gaúcha, de Porto Alegre, mais impropérios de Requião. Quando Luciano Potter perguntou-lhe se ele estava comprando carnes no Uruguai, Requião reagiu dizendo que daria “um tapa no focinho” do repórter e desligou o telefone. Requião provavelmente entendeu que a pergunta era sobre a JBS, empresa que fez doação milionária à sua campanha.

Requião parece estar nem aí para o desgaste que vem sofrendo e já definiu a próxima pauta do seu mandato. Após a aprovação do projeto de lei de Abuso de Autoridade, Requião está empenhado em avançar com o projeto de lei que regula o modo do ofendido ter seu “direito de resposta” veiculado na imprensa.

O projeto quer ressuscitar um trecho que sofreu veto do presidente Temer quando da sanção da Lei n. 13.188, de 11 de novembro de 2015. O texto entrará nesta semana na pauta da Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

Casamento gay – Na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Requião um substitutivo de sua autoria ao projeto de Marta Suplicy (PMDB-SP) que permite o reconhecimento legal da união estável entre pessoas do mesmo sexo.

Apesar de o texto ter sido aprovado em caráter terminativo no colegiado, podendo seguir diretamente para a Câmara dos Deputados, o senador Magno Malta (PR-ES) vai apresentar um recurso ao plenário para tentar barrá-lo. Segundo Malta, o plenário acabará com “essa aberração”.

“Finalmente nós temos no País um avanço extraordinário. Desde 2008, nós tentamos aprovar o casamento homoafetivo”, disse Marta ao Estadão.

Lugar de Lula – Requião está com um projeto ambicioso na cabeça: acredita que crescem suas chances de se candidatar à presidência da República em 2018. Para ele, Lula já não tem mais chances: embora primeiro em todas as pesquisas, o ex-presidente já teria atingido seu teto, já que os índices de rejeição são maiores que os de adesão ao seu nome.

O projeto de Requião, que está levando a sério ao ser uma das poucas vozes a defender Lula e Dilma, implica em mudar de partido, deixando o PMDB para se filiar ao PT. Otimista, diz aos mais próximos que, com o apoio de Lula na campanha, lhe dará uma “arrancada” de pelo menos 15% dos votos.

“Vocês estão loucos! Vocês endoidaram!. Um juiz corrupto é aposentado com salários integrais. Não cometam esse imbecilidade, essa idiotice”, disse Requião aos eleitores contrários ao seu projeto