De Roseli Abrão, no Hora H:
O ex-governador Roberto Requião deve viajar a Brasília nos próximos dias para um encontro com o presidente Lula. Em pauta, as eleições no Paraná. A iniciativa do encontro é de alguns petistas, que querem assegurar o apoio do ex-governador à candidatura da ex-ministra Dilma Roussef à Presidência da República.
Antes de estourar a crise com seu sucessor Orlando Pessuti, por conta das mudanças na equipe de governo, Requião tinha pronta uma proposta para apresentar a Lula, capaz de unir os principais partidos da base de apoio do governo federal nas eleições do Paraná. A chapa seria liderada pelo governador Orlando Pessuti, que teria a petista Gleisi Hoffmann como candidata a vice. A chapa ao Senado seria integrada por ele e pelo senador Osmar Dias.
Esta proposta já estaria descartada até porque Requião a crise persiste. O ex-governador ainda está bravo com Pessuti por conta das mudanças. Políticos próximos do ex-governador revelam que o que Requião questiona é a “ideologia” de alguns novos integrantes do governo. Receia nomes como de Mário Stamm Filho, indicado para a Secretaria dos Transportes, que seria ligado às concessionárias; e do coronel Serpa, que, segundo Requião, teria sido “comandante das tropas repressivas” do governo Jaime Lerner (como no caso da participação de estudantes na sessão histórica da Assembléia Legislativa que votou a primeira lei de iniciativa popular do Paraná e que pretendia impedir a privatização da Copel).
Como já havia sugerido pelo twitter, Requião já não aposta na candidatura de Pessuti à reeleição. Até acredita que a próxima pesquisa de opinião pública irá apontar um crescimento, mas mínimo, sem ameaçar o tucano Beto Richa e o pedetista Osmar Dias.