“Vou suspender a licitação do pedágio e implantar o pedágio público, bom e de R$ 2,00″, promete o ex-senador e pré-candidato
Novamente candidato ao governo do Paraná, Roberto Requião volta à tona com um tema que lhe é caro: o pedágio. Enquanto a licitação que escolherá as novas concessionárias anda a passos lentos em Brasília, Requião diz que, se eleito, vai cancelar a participação do governo estadual no processo, que hoje é comandado pela ANTT/Ministério da Infraestrutura, e formular um modelo público. E mais: promete um pedágio bom e barato, com tarifas a R$ 2.
“Vou suspender a licitação do pedágio e implantar o pedágio público, bom e de R$ 2,00”. Para isso Requião aposta na retirada da concorrência de concessão de rodovias por parte do governo federal caso o eleito para a presidência seja Lula. “Nesse ano, essa licitação não vai sair”, aposta.
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Segundo Requião, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) assumiria a concessão implantando um pedágio público. O governo estadual cobraria uma tarifa e ficaria encarregado da manutenção das estradas, serviços de apoio (guincho e ambulância) e obras de melhorias. “Quem construiu as rodovias do Paraná foi o DER, não foram as concessionárias de rodovias”, arrematou, garantindo que o DER terá dinheiro para executar as obras, sem apontar a fonte desses recursos.
Confira a entrevista completa de Requião ao jornalista Israel Reinstein no portal HojePR aqui.
Baixa ou acaba
Requião ficou famoso no Paraná por uma promessa na campanha eleitoral de 2002. Segundo o então candidato, caso eleito, o pedágio no estado teria tarifas mais baixas ou acabaria. Literalmente, ele prometia o “baixa ou acaba“. (ver vídeo abaixo).
O fato é que não aconteceu nem uma coisa, nem outra. Eleito governador, Requião tentou diversas formas, a maioria judiciais. Mas seu governo acabou perdendo as disputas na Justiça contra as poderosas pedageiras, que se aproveitaram o malfadado contrato feito ainda no governo Jaime Lerner.
Não só o pedágio não baixou, como fez com que o Paraná tivesse as maiores tarifas do Brasil, com algumas praças chegando a quase R$ 29 em estradas de qualidade questionável. Isso só foi acabar com o fim do contrato em outubro de 2021. Desde então, o governo federal trabalha para uma nova modelagem. Embora estejam previstas mais baixas, elas ainda devem ser altas se comparadas a outros estados.
Confira a promessa de 2002:
TCU pode melar novo pedágio do Paraná
O TCU (Tribunal de Contas da União), acatou representação dos deputados Romanelli (PSB) e Arilson Chiorato (PT), e suspendeu a análise da concessão do novo pedágio do Paraná. A alegação é de que há falta de documentações por parte do governo federal e de audiências públicas. Romanelli e Chiorato integram a Frente Parlamentar contra o Pedágio.
No acórdão proferido na terça-feira, 22, o ministro Walton Rodrigues, solicitou à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), órgão vinculado ao Ministério de Infraestrutura Logística, as informações arguidas na representação de Romanelli e Chiorato.
“Foi interrompido o processo de análise formal dos prazos previstos justamente pela ausência de documentos importantes que o TCU solicitou ao Ministério da Infraestrutura e à ANTT. É um motivo de preocupação porque fica atrasando a licitação, depois de ter pago R$ 60 milhões pelo projeto ao próprio governo federal. Inexplicavelmente, não sei se é proposital ou não, a ANTT está atrasando o envio da documentação solicitada pelo Tribunal de Contas da União”, disse Romanelli, entrevistado pela rádio Jovem Pan de Curitiba.
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