Inconscientemente o senador Roberto Requião (PMDB-PR) acabou fazendo o jogo da direita conservadora e tirou do foco da “mídia gorda” – aquela que destrói e constrói mitos – o colega senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Na balança do Judiciário, o “crime” praticado por Requião – subtrair o gravador de um repórter após perder a paciência com perguntas repetidas – é infinitamente menor ao praticado uma semana antes pelo tucano das Minas Gerais.
Aécio Neves foi flagrado com a carteira de habilitação vencida e se recusou a fazer o teste do bafômetro, o que pode-se deduzir que o mesmo estaria dirigindo alcoolizado.
Desde que Requião ganhou as manchetes dos jornais, revistas, sites, blogs e emissoras de rádio e tevê, o crime de Aécio simplesmente desapareceu.
Foi como se nada tivesse acontecido. Será que perante a opinião pública a revolta de Requião contra o repórter é mais grave que o risco de Aécio atropelar pessoas na calçada após perder o controle do carro?
O senador Requião, de tanto criticar a “imprensa canalha”, acabou fazendo o trabalho sujo dos donos dos veículos de comunicação que nunca esconderam o desejo de ver o PSDB voltar ao poder.
Isso é política!