O governador Beto Richa e o presidente mundial da Renault, Carlos Ghosn, assinaram o protocolo de intenções que oficializa o investimento de R$ 1,5 bilhão pela montadora francesa na planta instalada em São José dos Pinhais. O investimento vai gerar 2.000 empregos diretos – metade destes trabalhadores já estão sendo contratados.
Do R$ 1,5 bilhão, R$ 500 milhões serão utilizados para a implantação de um centro de engenharia e desenvolvimento de produtos. O restante será aplicado na ampliação dos processos de produção. A Renault pretende elevar a produção de 280 mil para 380 mil veículos por ano.
“O Paraná atrai um grande investimento internacional porque retomamos a confiança do capital produtivo no nosso Estado”, disse o governador Beto Richa, destacando que cada emprego direto gerado na indústria pode criar outros seis postos de trabalho indiretos. Segundo ele, o investimento da Renault é importante porque tão relevante quanto o volume de empregos é a qualidade da mão-de-obra que será contratada.
De acordo com Richa, a concretização do acordo é do interesse de todos os paranaenses e o projeto da montadora francesa trará benefícios para o conjunto do Estado. “Esta é mais uma demonstração do esforço que estamos fazendo para que o Paraná volte a ser respeitado, como exemplo de boas ações e práticas pioneiras”, afirmou.
Beto Richa afirmou que o governo preocupou-se em criar um programa moderno, inovador e abrangente de atração de investimentos para atender a todas as regiões do Estado, principalmente as mais carentes. Em paralelo, o governo está investindo em projetos para melhoria de portos, aeroportos, rodovias e ferrovias. “Essa proposta tem atraído um grande número de indústrias e a Renault é o maior projeto até o momento”, declarou.
CONDIÇÕES – O presidente do grupo Renault-Nissan, Carlos Ghosn, disse que a empresa está convencida do potencial de crescimento do mercado brasileiro, que é o segundo maior da marca no mundo, abaixo da França, e a planta paranaense vai desempenhar um importante papel na elevação das vendas da companhia.
Segundo ele, as condições logísticas do Paraná, como o porto de Paranaguá, o acesso facilitado aos países do Mercosul e ao mercado consumidor nacional, a rede local de fornecedores, a mão de obra qualificada e a oferta de energia foram determinantes para a decisão de realizar novos investimentos da planta de São José dos Pinhais.
“A Renault gera empregos e riqueza e quer ser bem tratada, coisa que não ocorreu nos últimos oito anos. Mas vejo no governador Beto Richa um amigo e ele, com sua equipe, deixaram bastante claro o interesse e o apoio que está sendo dado aos novos investimentos no estado”, afirmou Ghosn.
O executivo minimizou os possíveis impactos da crise financeira que atinge a Comunidade Européia no momento e também as medidas recentemente anunciadas pelo governo federal em relação ao aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados. Ghosn disse que a decisão da Renault foi tomada com base em um horizonte de 20 anos e que as perspectivas apontam que nesse prazo o mercado brasileiro deve saltar de 250 veículos por mil habitantes para 550 veículos, semelhante ao mercado europeu atual.
EXPANSÃO – O projeto da Renault está dentro da política de expansão da empresa, que espera alcançar 8% do mercado nacional de veículos até 2016 e aumentar a cobertura de mercado de 76% para 90%. Para isso a empresa vai lançar 13 novos modelos e aumentar a produção de 280 mil unidades por ano para 380 mil unidades de veículos de passeio e utilitários no Paraná. Será instalada uma nova linha de montagem, que eleva a produção de 40 para 60 veículos por hora. Também será criado um centro tecnológico de desenvolvimento de novos produtos, um centro de engenharia e treinamento e novas instalações logísticas.
O secretário da Fazenda, Luiz Carlos Hauly, disse que a nova rodada de investimentos da Renault no Paraná consolida o parque automotivo estadual, o segundo do país em número de empresas. Ele explicou que para a concessão de incentivos à montadora o governo estou toda a cadeia produtiva, a rede de fornecedores locais, o índice de paranização de peças, as importações, o desenvolvimento de produtos, tecnologias e a qualidade dos empregos gerados.
“A partir dessa equação encontramos uma solução equilibrada entre os benefícios que o governo pode oferecer e o que o Paraná vai receber”, afirmou Hauly. “Encontramos um meio termo, prudente e dentro da responsabilidade fiscal, que agradou as duas parte e vai garantir a permanência da empresa no Paraná por mais 20 anos”, disse o secretário.
O município de Piraquara, vizinho de São José dos Pinhais, também será beneficiado com os novos investimentos da montadora, recebendo um centro de logística da empresa, que será instalado em uma área de 100 mil metros quadrados. “Este é um grande presente do governador Beto Richa para Piraquara. O centro de distribuição vai permitir um aumento da arrecadação e com isso podermos melhorar a qualidade de vida da população”, afirma o prefeito Gabriel Samaha.
PROGRAMA – O programa Paraná Competitivo contempla uma série de medidas de incentivos ao setor produtivo, por meio da dilação de prazos para recolhimento do ICMS, investimentos para melhoria da infraestrutura e da capacitação profissional, para tornar o Estado atrativo para novos empreendimento produtivos que gerem emprego, renda, riqueza e desenvolvimento sustentável em todo o estado.
Até o momento, o Paraná Competitivo tem confirmados R$ 7,5 bilhões em novos investimentos, principalmente no setor industrial, dos quais a Renault é o maior, e outros R$ 15 bilhões estão em negociação do o Governo do Paraná. Os anúncios de investimentos mais recentes no segmento automotivo foram da japonesa Sumitomo, que vai fabricar pneus em Fazenda Rio Grande; a norte-americana Paccar, que vai produzir caminhões DAF, em Ponta Grossa; e a Caterpillar vai produzir retroescavadeiras em Campo Largo.
A nova política de atração de empreendimentos do Paraná já mostra bons resultados. De janeiro a agosto de 2011, o estado registrou a criação de 123 mil empregos com carteira assinada.
A EMPRESA — A Renault está no Brasil desde 1958 e desde 1996 mantém uma fábrica no Paraná, onde já investiu aproximadamente US$ 2,5 bilhões e produziu mais de um milhão de veículos e dois milhões de motores. Até 2010, foram arrecadados pela unidade R$ 1,2 bilhão em ICMS.
Atualmente a empresa produz 224 mil veículos de passeio, 59 mil veículos utilitários e 380 mil motores por ano em São José dos Pinhais, onde emprega atualmente 6.000 pessoas diretamente e gera 24 mil empregos indiretos na região metropolitana.
Para a empresa, o Brasil é um país estratégico, porque representa o segundo maior mercado da Renault no mundo, abaixo apenas da França. Para 2013, a montadora espera vender 3 milhões de veículos, 400 mil a mais do que em 2010.
O encontro teve a participação de toda a direção da Renault do Brasil, entre eles o presidente, Jean-Michel Jalinier; o vice-presidente, Alain Daniel Tissier; o vice-presidente financeiro, François Jean-Paul Marc David; e o diretor de relações institucionais da empresa, Antônio Calcanhoto.
Participaram também os secretários de Estado da Fazenda, Luiz Carlos Hauly; da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros; do Planejamento, Cássio Taniguchi; da Família e Desenvolvimento Social, Fernanda Richa; do vice-governador e secretário da Educação, Flávio Arns; do presidente da Agência de Fomento do Paraná, Juraci Barbosa Sobrinho; dos deputados estaduais Ademar Traiano, Élio Rusch, Ademir Bier, Teruo Kato, Dr. Batista e André Bueno, além de vereadores e dos prefeitos de São José dos Pinhais, Ivan Rodrigues; e de Piraquara, Gabriel Samaha, o Gabão.
Deixe um comentário