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Renan rejeita investigar governadores: “Não é prioridade”

A CPI da Covid-19 recebeu do Procurador-Geral da República (PGR), Augusto Aras, informações sobre inquéritos contra cinco governadores e a má gestão de recursos federais destinados ao combate à pandemia do coronavírus. Os investigados, até o momento, são Rui Costa (PT-BA), Romeu Zema (Novo-MG), Hélder Barbalho (MDB-PA), João Dória (PSDB-SP) e Wilson Lima (PSC-AM).

Questionado sobre a ausência de manifestação do colegiado sobre o que vai acontecer a esses gestores, o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito, Renan Calheiros (MDB-AL), disse as investigações vão acontecer, “mas não agora”.

“Alguns fatos que já estão sendo investigados pelo Ministério Público e pela Polícia Federal. Não vamos fazer uma dupla investigação. Esses fatos não são prioritários na Comissão Parlamentar de Inquérito. Nós vamos investigar tudo que for necessário, mas dentro de um roteiro óbvio e da competência do Senado Federal”, despistou ele, que tem filho governador no Estado de Alagoas, Renan Calheiros Filho (MDB-AL).

E completou afirmando que a CPI é necessária quando um determinado assunto não é investigado devidamente. Para Renan, não é o caso de Estados que, segundo ele, já estão sendo investigados pelo Ministério Público.

O senador Marcos Rogério (DEM-RO) discorda da desculpa dada por Renan e revela que existe uma articulação na CPI para blindar governadores e prefeitos e culpar o presidente da República, Jair Bolsonaro.

“Nós temos documentos com raio dos repasses aos Estados, o que foi feito com esse recurso, qual foi o resultado produzido com essa gestão, e se foi satisfatório, se não foi satisfatório. As apurações da Polícia Federal, nós tivemos 51 operações até outubro do ano passado, em 18 Estados da Federação, com suspeita de corrupção, cheira mal isso”, desabafou, defendendo a necessidade de que as investigações sejam aprofundadas.

Marcos Rogério acredita que, nas próximas semanas, a CPI da Covid-19 deve rastrear o dinheiro que foi repassado aos Estados e lembrou que já existem dois depoimentos agendados: as oitivas do atual e do ex-secretário de Saúde do Amazonas. A situação crítica em que ficou o Estado da Região Norte foi muito debatida entre os senadores durante os depoimentos da CPI.

“Não vamos fazer uma dupla investigação”, finalizou.