Por Mauri König na Gazeta do Povo:
Cinco por cento de todo o território do Paraná – o equivalente a nove vezes o tamanho de Curitiba – já foram destinados à reforma agrária. São 4.065 quilômetros quadrados, divididos em 311 assentamentos e ocupados por 19.510 famílias, algo em torno de 100 mil pessoas. Nessa proporção, o estado ainda precisa dispor de mais 1,5% de sua área para alocar as 6 mil famílias que aguardam acampadas na beira de estradas ou em propriedades invadidas. Mantida a média atual, de 2 mil famílias assentadas nos últimos dois anos, o Paraná levará seis anos para acabar com a fila – isso se mais gente não se juntar ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) ou a outras organizações do gênero.
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) está cada vez mais dependente da colaboração dos proprietários rurais para cumprir as metas. A deste ano, por exemplo, é assentar mil famílias. Como os bolsões improdutivos, passíveis de desapropriação, estão cada vez mais raros, o jeito é incentivar os fazendeiros a vender as terras para o governo. Desde 2001, quando iniciou essa modalidade, o Incra já comprou 13 áreas no Paraná, onde assentou 1.663 famílias. As desapropriações somaram 21 casos desde 2000, para 1.458 famílias. De 2006 para cá, a proporção foi de duas áreas compradas contra uma desapropriada. (Leia mais)
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