Rancoroso e vingativo
Quando perdeu a eleição para o governo do Estado para Roberto Requião, o senador Osmar Dias (PDT) tentou aparentar serenidade e equilíbrio. Agradeceu os que votaram nele. Um perdedor exemplar.
Mas tudo isso era um disfarce. Osmar é um dos políticos mais rancorosos e vingativos que o Paraná já produziu. E as provas desse caráter ressentido começam a aparecer em grande quantidade.
A última delas é a tentativa de Osmar de vetar o nome de Luciano Ducci (PSDB) como candidato à vice de Beto Richa (PSDB) numa eventual tentativa de reeleição de Beto a prefeito de Curitiba.
Qual o crime cometido por Ducci para que Osmar Dias tente interferir, de forma truculenta, num assunto que diz respeito a decisões internas de outra legenda?
Simples. Ducci exercitou seu direito democrático de apoiar a candidatura de Roberto Requião ao governo do Estado. Ao fazê-lo, não estava sendo incoerente nem rompendo com a disciplina partidária.
O PSDB havia decidido, em convenção, apoiar Requião. Tal decisão foi revertida no tapetão. Mas os filiados ao partido foram liberados para apoiar quem bem entendessem. Ducci simplesmente exerceu esse direito mantendo seu apoio a Requião.
No segundo turno, numa nova demonstração de coerência e lealdade, retirou seu apoio ao governador, mantendo-se neutro, para não conflitar com a decisão do prefeito de apoiar Osmar Dias.
A postura de Ducci em todo o episódio foi impecável. Mas não é assim que o senador Osmar Dias a enxerga. Ele quer vingança. E não deixa por menos. Em entrevista a Gazeta do Povo diz o que pensa do vice-prefeito de Curitiba:
– “Ele não me apoiou, não teve postura ética. A palavra certa é traição”.
A frase é um retrato de Osmar. Um político que não sabe conviver com opiniões divergentes e que pretende destruir quem não concorda com ele.
O episódio é revelador por outros aspectos. Osmar está antecipando, com seus ódios e rancores, as eleições de 2008. Osmar conta ainda que tinha um pacto secreto com Beto Richa e que a aproximação do prefeito com o governador foi um jogo de cena dissimulado:
– “Em 2004 decidi formar um grupo político forte com Beto Richa. E assim será para 2008 e 20010” .
Ou seja, além de antecipar e tumultuar as eleições de 2008, Osmar já está querendo comprometer seus aliados com a sucessão de 2010.
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