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Ralos da gestão do Evangélico

Hospital-Evangélico1

de Celso Nascimento, na Gazeta do Povo

Capelanias 1
Na edição de quinta-feira, esta coluna informou que o Hospital Evangélico – mesmo vivendo crise financeira grave e tendo fechado as portas para novos pacientes – mantinha em seus quadros de funcionários o exorbitante número de 31 capelães, representando as várias denominações religiosas que compõem a Sociedade Evangélica Beneficente (SEB), mantenedora do hospital. A informação rendeu duas notas de esclarecimento expedidas pelo Evangélico.

Capelanias 2
Na primeira nota, datada da própria quinta-feira, o hospital informava que não eram 31 os capelães, mas apenas 16. E justificava a presença deles entre os funcionários do hospital: “O capelão é parte integrante da equipe de saúde. Pesquisas comprovam que pacientes atendidos em sua espiritualidade respondem mais rápido ao tratamento clínico”.

Capelanias 3
A segunda nota, datada do dia seguinte (sexta-feira), foi mais lacônica. Dizia assim: “Complementando a nota enviada ontem, eis novas informações sobre a questão da Capelania. Os seus integrantes foram demitidos”.

Informação que, diante da primeira, leva o senso comum a inferir que, a partir de agora, sem capelães, os pacientes do Evangélico não mais responderão tão rapidamente ao tratamento clínico.

Capelanias 4
Os 16 capelães demitidos custavam mensalmente ao Evangélico R$ 144 mil – importância praticamente idêntica à necessária para a manutenção de uma das alas do hospital. A mesma fonte desse dado acrescenta outro: a maioria dos capelães foi admitida há anos na estrutura de pessoal da instituição por influência política de antigos dirigentes, afastados em razão de suspeitas transações com convênios com o governo federal.

Capelanias 5
Claro que o caos que se instalou no Evangélico não se devia apenas ao gasto com os 16 capelães (média salarial de
R$ 9 mil para cada um), mas a uma sucessão de erros administrativos históricos. Tanto que não foram demitidos apenas os assistentes espirituais, mas um total de 250 funcionários, conforme se divulgou na sexta-feira. As demissões, embora dolorosas, fazem parte do esforço de saneamento que a atual direção faz para garantir a sobrevivência do hospital, o maior de Curitiba, cujas portas estavam prestes a ser fechadas.