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“Raio-X: qual é a estrutura brasileira no combate ao coronavírus

“O Brasil corre contra o tempo para se preparar para uma verdadeira guerra contra o coronavírus nas próximas semanas. Além da necessidade de mais leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), será necessário mudar protocolos de atendimento, aumentar a equipe e pedir ajuda às Forças Armadas. As informações são da Gazeta do Povo.

A maior preocupação segue sendo a capacidade de atendimento nas UTIs. Espera-se que a maioria dos pacientes infectados com o novo coronavírus apresente sintomas leves, mas pelo menos 6% deles precisarão de unidades de terapia intensiva.

Segundo o Ministério, existem 55,1 mil unidades de terapia intensiva, metade delas na rede pública (27.455). A taxa de ocupação das UTIs atualmente é de 78%, ou seja, estariam livres pouco mais de 12 mil leitos, o que é pouco caso se concretizem as perspectivas de crescimento da doença no país.

“Outro problema é a localização das UTIs, que não é harmônica entre os estados. “Nós temos concentração de leitos [de UTI] em alguns locais e déficit em outras”, disse o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, em coletiva.

Para reforçar a rede pública, o Ministério da Saúde contratou dois mil leitos de terapia intensiva, 200 deles começaram a ser distribuídos para os estados, na última terça-feira (17). Outros 340 devem ser enviados a seguir. A distribuição das UTIs pelo estado, para cidades menores, por exemplo, ficará a cargo das secretarias estaduais de saúde.

Já solicitaram leitos intensivos extras: Roraima, Amapá, Acre, Tocantins, Rondônia, Sergipe, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Piauí, Alagoas, Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Paraíba. As UTIs serão distribuídas de dez em dez unidades.

Para Gabbardo, 22% de ociosidade, o cancelamento de procedimentos cirúrgicos eletivos e a mudança de critérios adotados para ingresso e saída de UTI podem atender a necessidade. Além disso, o ministério deve passa a trocar informações com a hospitais particulares para saber qual é a ocupação, quem tem unidades ociosas, quem não tem e onde eles estão.

“Se for necessário e se chegar a essa necessidade, nós vamos requisitar leitos privados para a população brasileira, então esses leitos de sistema privado poderão ser utilizados também para os pacientes do SUS”, disse o secretário.

Foram destinados R$ 396 milhões para contratação das unidades “volantes de instalação rápida” e R$ 260 milhões para manutenção durante seis meses, a distribuição será feita através da solicitação de cada estado, que devem disponibilizar local e equipe para implementação.

Também foram liberados R$ 432 milhões para reforçar os planos de contingência dos estados. Este recurso também poderá ser usado na criação de leitos de UTI e a distribuição dos recursos deve ser  proporcional ao número de habitantes de cada ente federativo. Outros recursos podem ser disponibilizados, conforme necessidade.

O governo quer receber equipamentos de UTI que a China já deixou de usar, pela diminuição dos casos. “Estamos em contato com embaixada chinesa, para colocar o Brasil como voluntário”, disse Gabbardo.