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Queda-de-braço

Tudo indica que teremos uma longa temporada nessa queda-de-braço entre o governo estadual e o Ministério Público, especialmente com a Promotoria de Investigação Criminal (PIC) de Curitiba.

Ontem, o promotor Paulo Kessler, titular da PIC, afirmou em entrevista a Gladmir Nascimento que a entidade é protegida pela Constituição e vai continuar a realizar o seu trabalho, principalmente as investigações de desvios na administração pública estadual. Entre eles, o caso do policial Razera, o araponga trapalhão lotado no Palácio Iguaçu que acabou preso e com quem foi encontrado um acervo de gravações clandestinas.

Na banda governista há a investigação dos policiais que serviam à PIC nos últimos três anos, para apurar não só vazamento de informações sigilosas do caso Razera, mas para trazer à tona casos antigos que ficaram no arquivo.

São questões cabeludas. Espinhosas. Uma delas é o incêndio da PIC, história ainda não explicada. Dizem os investigadores da banda governista que esse assunto será esclarecido em breve, quando alguns detentos fizerem suas delações premiadas.

Os governistas contam, entre outros, com os depoimentos de Samir Skandar, do Mandeli e do Tenente Alberto, que teriam informações substanciais sobre esse e outros casos e estariam dispostos a negociá-las em troca de redução de pena.

Outro caso reaberto é o do “Mexicano”, já traduzido em inquérito policial e que envolveria membros do Ministério Público. O “Mexicano” foi preso e depois se disse vítima de extorsão. Pagou para ser solto. O processo caminha na Justiça e o governo quer saber a razão de seu engavetamento.

Como se vê, essa queda-de-braço vai longe. E o mais provável é que acabe por revelar o conteúdo de inquéritos cabeludos, sem descartar a possibilidade de que os procuradores da PIC reajam com doses do mesmo veneno contra o governo.

Interessante é que, assim, os paranaenses começam a conhecer alguns casos que até agora foram mantidos longe do olhar da população. É bom que purgue, é bom que tudo venha à luz. O quanto antes. Fábio Campana