do PunkNet, do iG.com.br:
Quando o Hangar 110 abriu as portas no dia 15/11, a galera foi recebida com fanzines, (daqueles que eu não via há muitos anos!) contando a história do homenageado da noite, Edson Lopes Pozzi, o Redson.
Val e Pierre abriram a homenagem com “Bombeiros” (Verde, Não Devaste! – 1989), deixando o espaço que era do Redson vazio, mostrando para todos a falta que faz o companheiro de mais de 30 anos de banda.
Os primeiros convidados a subir no palco foram Anselmo ( Kolapso 77) e Wendel (Sociedade sem Hino), para tocar “Qual Violência” (Caos Mental Geral – 1998) que tem em sua letra a pergunta “Será que esse grito é em vão?”, o que deu origem ao nome do evento (Que esse grito não seja em vão).
Logo depois, subiu ao palco o Kaká (Garotos Podres) que permaneceu por quase todo o show. Foi a vez da galera cantar junto “São Paulo” e “C.D.M.P”. (ambas do Tente Mudar o Amanhã – 1984) seguidas de “Alucinado” (Pela Paz em Todo o Mundo -1986). Em seguida, Val e Pierre receberam Nenê Altro e Fausto (Dance of Days) tocando “Vivo Na Cidade” (Pela Paz em Todo o Mundo -1986) e Kojeka (Kolapso 77) com “Medo” e “Humanidade” (ambas de Pela Paz em Todo o Mundo -1986).
Pierre se levanta da bateria para agradecer a presença de todos. Diz que até hoje não chorou pela morte do irmão Redson, e o que o faz ter força para isso é a energia da galera, que ouvindo isso retribuiu com ainda mais energia. Seguindo o show, fizeram “Adolescente” (Pela Paz em Todo o Mundo -1986) e então receberam a Cherry (Hellsakura), que veio para tocar “Gritar” (Grito Suburbano – 1982).
Na sequência, Daniel ET (Muzzarelas) entra para fazer “E.A.E.O” (Verde, Não Devaste! – 1989), declarando antes disso: “Não foi pai, não foi escola e nem igreja, foram esses caras quem me ensinaram a ser gente”
Nos intervalos entre as músicas, reafirmando a pegada familiar da noite, os filhos de Val e Pierre vinham ao palco bancando os roadies que traziam bebidas para os músicos.
Dando continuidade às homenagens, Clemente assume a guitarra para fazer “Subúrbio Geral” (Caos Mental Geral – 1998).
Fábio (Sociedade sem hino) assume o baixo, e Val vai pro vocal. Junto com Kaká na guitarra, tocam “Direitos Humanos” (Pela Paz em Todo o Mundo -1986). “X.O.T” (SUB Coletânea – 1983) veio em seguida, com Tatola (Não Religião) no vocal, Ari, Finho e Miro (365) e Helinho (um dos fundadores do Cólera). Seguem com “Deixe a Terra em Paz!”(Deixe a Terra em Paz! – 1994).
Helinho pega o microfone para contar um pouco de história do Cólera e do Redson. Fala sobre uma música que Redson escreveu aos 16 anos, que tinha uma espiritualidade incomum para algo feito por um garoto dessa idade. Tocaram então “Doce Libertar” (Primeiros Sintomas – 1996). Continuando com histórias da época em que se encontravam na Estação São Bento em SP, que Helinho disse ser o Facebook da época, comenta sobre a pegada de paz que Redson sempre teve em suas letras e na forma de encarar o mundo. Tocam em seguida um Blues composto naquela época por Redson, que posteriormente junto com Helinho transformou num som mais Punk. Seguiram com “E.S.S.M.” (Primeiros Sintomas – 1996) Ninguém melhor do que Helinho para cantar estas músicas que remetem ao começo da banda.
Mais um convidado no palco, dessa vez vindo de longe. Após enfrentar 24h de ônibus vindo da Bahia especialmente para este momento, é a vez de Nem (Cama de Jornal) prestar sua homenagem cantando “Quanto Vale a Liberdade” (Caos Mental Geral – 1998). A música foi repetida na sequência, desta vez recitada como um poema por Ariel (Invasores).
Houly (Horda Punk) entra para tocar “Histeria” (SUB Coletânea – 1983). Depois dele, foi a vez de João Gordo e Jão (RDP) assumirem vocal e guitarra mandando “Palpebrite” (Tente Mudar o Amanhã – 1984), “Em Setembro” (Pela Paz em Todo o Mundo – 1986) e “João” (Grito Suburbano – 1982). João Gordo conta que nos ensaios sentiu algo diferente e se arrepiou com “Quanto Vale a Liberdade” (Caos Mental Geral – 1998), como se Redson estivesse presente. Resolveu então repetir esta música, que já havia sido tocada na noite.
Pierre vai ao microfone novamente agradecer a presença da galera e conta que, no velório de Redson, seu pai teve um momento de alegria, dizendo que não imaginava o quanto o filho era conhecido e que ficava feliz de pensar que ele teria mudado algo no mundo em sua passagem por aqui. Alê (Lixomania) vai ao palco e com a voz tremula devido à emoção, diz algumas palavras sobre Redson antes de tocar “X.O.T.” (SUB Coletânea – 1983), seguida de “Dia e Noite, Noite e Dia” (Caos Mental Geral – 1998).
Fechando o show com todos os convidados juntos no palco, mostrando o que é a “família Cólera”, tocaram “Pela Paz” (Pela Paz em Todo o Mundo -1986) que pode ser considerado o maior hino deixado por Redson.
Foto: @SerginhoFriso
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