O sistema de transmissão da Itaipu Binacional obteve melhora em sua confiabilidade a partir de uma solução desenvolvida pelo Parque Tecnológico Itaipu (PTI). O sistema fornece o diagnóstico mais preciso e de forma mais ágil de 294 para-raios que compõem subestações da hidrelétrica e têm como função mitigar sobretensões com potencial de causar danos aos equipamentos.
A demanda de desenvolvimento do Sistema de Diagnóstico de Para-Raios partiu da Itaipu, que identificou a necessidade de facilitar o diagnóstico dos para-raios de alta tensão da usina. Desde abril de 2018, o sofware está implantado e, em junho deste ano, o Laboratório de Automação de Sistemas Elétricos (Lasse) do PTI entregou a versão final. Agora a equipe do Parque Tecnológico, em conjunto com a Itaipu, aprimora o projeto com a implementação de melhorias verificadas durante o uso efetivo do sistema.
O engenheiro eletricista Mario Augusto Caetano dos Santos, da Divisão de Engenharia de Manutenção Elétrica da Itaipu, explica que o método de diagnóstico anterior dos para-raios exigia a observação dos valores medidos de corrente resistiva de fuga de cada um dos para-raios e a análise comparativa histórica, sem nenhum auxílio computacional.
Segundo o engenheiro, a Itaipu percebeu a possibilidade de melhorar essa avaliação com a inserção da inspeção termográfica (obtenção de imagens térmicas via radiação infravermelha). “Diante desse desafio, elaboramos uma proposta inovadora de diagnóstico e requisitamos ao Lasse o desenvolvimento de uma ferramenta computacional para a implementação da proposta”, comenta.
O desenvolvimento do software pelo PTI iniciou em 2017. Conforme explica Frederick Nazario Moschkowich, do Lasse, por meio de processamento digital das imagens termográficas o sistema extrai a diferença entre a temperatura máxima e média e gera, em conjunto com a corrente resistiva de fuga, o diagnóstico do para-raio.
Ainda de acordo com ele, assim como a maior parte das soluções desenvolvidas pelo Lasse, o Sistema de Diagnóstico de Para-Raios tem como função a manutenção preditiva dos equipamentos, que complementa a manutenção preventiva, realizada regularmente, e é capaz de determinar antecipadamente a necessidade de reparos.
Santos afirma que a implantação do sistema possibilita à Itaipu o diagnóstico dos equipamentos de forma rápida e precisa, “liberando tempo da Engenharia de Manutenção para focar na solução dos problemas e não na identificação dos mesmos”. “Com isso, temos uma visão completa da condição operativa dos nossos para-raios, permitindo, inclusive, um melhor planejamento e priorização de substituição de unidades em fim de vida útil”, complementa.
Além disso, o engenheiro destaca que o desenvolvimento e a implementação desse sistema é mais um dos motivos que colocam a hidrelétrica na vanguarda quanto ao emprego de novas tecnologias, a partir do conhecimento adquirido com o uso de uma técnica de diagnóstico inédita para essa aplicação.
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