Em nota distribuída à imprensa nesta sexta-feira, 12, o PT de Curitiba tenta mas ainda não conseguiu desapegar do prefeito Gustavo Fruet (PDT) que ainda mantém mais de 30 petistas no seu governo e na base de apoio. “O aumento recente na passagem mostra que o cenário está insustentável. A Prefeitura e a URBS tiveram, nos últimos anos, a oportunidade de mudar a realidade e lutar para que a planilha de custo do sistema fosse revista, retirando itens que são cobrados do usuário injustamente, como o imposto de renda das empresas”, diz a nota do diretório petista.
Vê-se que o PT não ataca o prefeito, mas sim a prefeitura. “A administração municipal teria o respaldo da sociedade e do Tribunal de Contas do Estado para fazer isso, mas não o fez. Surpreendentemente, o que acontece é o oposto: a URBS entra com uma série de recursos contra a decisão do TCE de reajustar a tarifa, atitude que demonstra falta de interesse na mudança”, adianta o petismo local.
“Se não concorda com as contas realizadas pelo TCE, a URBS deveria aproveitar para abrir o debate com a sociedade. Em vez disso, opta por manter o controle da planilha nas mãos das empresas que há décadas se beneficiam e operam o sistema – empresas que se mantiveram no controle mesmo depois do processo licitatório de 2010, que as favoreceu”, continua.
“Este é o exemplo mais recente da intervenção da URBS quando o sistema tem a oportunidade de ganhar transparência. No início da gestão, a Prefeitura chegou a dar mostras de que estava disposta a resolver a questão do transporte. Na ocasião foram constituídas duas comissões (análise da tarifa do sistema de transporte coletivo e a de auditoria da URBS) que fizeram um trabalho importante, inclusive conseguindo dados que poderiam alterar a realidade do transporte de Curitiba. Entretanto, quando a Comissão de Auditoria estava construindo um edital para contratar uma auditoria externa, o trabalho foi encerrado pela própria URBS e nenhuma medida foi tomada”.
A partir deste ponto, o PT passa agir como linha de apoio a Fruet com ataques diretos ao governador Beto Richa (PSDB), culpando-o pelo fim do subsídio e pela desintegração do sistema, e ao secretário Ratinho Junior (Desenvolvimento Urbano) por entrevista a um jornal em aponta o próprio Fruet como responsável pela desintegração do transporte coletivo entre Curitiba e cidades metropolitanas.
Por fim, o PT diz que “há uma clara falta de interesse dos atores sociais envolvidos, inclusive a URBS e a Prefeitura, na participação da sociedade nesta questão”.
Na nota do PT, fica claro que o partido vai procurar poupar Fruet pelas responsabilidades da má administração no governo de Curitiba e apontar para adversários históricos do petismo a culpa pelo estado de coisas. Aqui vale a pergunta, quem governa Curitiba. Não é o PDT em aliança com o PT?
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