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PT quebra tradição em Curitiba

por Josianne Ritz, no blog Política em Debate

Caso vingue a tese defendida pela ala majoritária do PT, de apoio à candidatura do ex-deputado federal Gustavo Fruet (PDT) à prefeitura de Curitiba já no primeiro turno, o partido pode quebrar uma tradição de três décadas. É que desde 1985, quando as capitais brasileiras voltaram a ter eleições diretas para prefeito, após um hiato provocado pelo regime militar, o PT sempre teve candidato próprio à disputa pelo comando da cidade mais populosa do Paraná.

Até 1983, os prefeitos das Capitais e estâncias hidrominerais eram nomeados pelos governadores, após prévia indicação do presidente da República, em uma estratégia do governo militar para preservar poder nos estados, diante do avanço da oposição nas urnas.

Curiosamente, naquele ano, o último prefeito de Curitiba nomeado pelo então recém-eleito governador José Richa, na época, do PMDB, foi Maurício Fruet (PMDB), pai de Gustavo Fruet, que os petistas agora cortejam. No início de 1985, o Congresso aprovou a volta do voto direto nas capitais.

E naquele mesmo ano, o hoje senador Roberto Requião (PMDB) derrotou o ex-governador Jaime Lerner, então no PDT que hoje abriga Gustavo Fruet, por uma diferença de menos de vinte mil votos. Na ocasião, o PT disputou a prefeitura com o advogado Edésio Passos, que ficou com a quarta votação, atrás de Requião, Lerner e do ex-governador Paulo Pimentel. Passos fez 14.264 votos, ou 2,7% do total.
Na época, o PT era um partido recém-formado, criado apenas cinco anos antes, e tinha como estratégia disputar eleições com candidatos próprios no maior número possível de municípios, mesmo tendo poucas chances de sucesso. Alianças, quando ocorriam, só com outras legendas de esquerda. Em 1985, o PT conquistou uma única capital, elegendo Maria Luíza Fontenele prefeita de Fortaleza (CE).

Três anos depois, o partido voltou a disputar o comando de Curitiba, desta vez com a candidatura de Claus Germer, em uma aliança com o PV. Germer teve 36.054 votos, ficando com a terceira votação, atrás do vencedor Jaime Lerner e de Maurício Fruet.

Em 1992, o candidato petista foi o atual deputado federal Florisvaldo Fier, o Dr Rosinha, que no momento disputa a indicação de candidato da legenda para as eleições deste ano. Rosinha fez pouco mais de 40 mil votos, ou a quarta votação, na eleição vencida por Rafael Greca, na época candidato de Lerner. Greca, hoje no PMDB de Requião, também pleiteia a candidatura a prefeito atualmente. Maurício Fruet ficou em segundo e o ex-deputado federal Luciano Pizzatto em terceiro.

Quase — 1996 foi o ano da primeira candidatura do hoje deputado federal Ângelo Vanhoni (PT) à prefeitura de Curitiba. Com 83.052 votos, ele ficou com a terceira votação, vencida pelo atual secretário de Estado do Planejamento do governo Beto Richa, Cássio Taniguchi, com o apoio do então governador Jaime Lerner. O ex-deputado estadual Carlos Simões, concorrendo pelo PSDB, foi o segundo mais votado, com 30,2% dos votos.