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No PT, não tem anjo, diz Vargas

O deputado federal André Vargas (PT-PR) disse que não vai desistir do mandato, que vai lutar até o final e que magoado com as lideranças do PT. Vargas confidenciou que está revoltado com o tratamento dos companheiros de legenda. Aos amigos o deputado tem dito que exigirá que lideranças petistas, principalmente no Paraná, demonstrem solidariedade publicamente. “Estou sendo tratado como se fosse o único pecador em meio a uma legenda angelical de querubins e serafins”, desabafou.

Vargas já foi secretário nacional de Comunicação do PT e, nessa posição, prestou muitos serviços a deputados, senadores e líderes do partido, que hoje já o apedrejam. O deputado diz que tem muita munição guardada e não deixará a sua degola avançar de forma impune: “Me aguardem”, repetiu ao amigo.

A maior indignação de Vargas está direcionada a senadora Gleisi Hoffmann (PT), de quem é o coordenador da campanha ao governo do Paraná, e a Paulo Bernardo, ministro das Comunicações e marido de Gleisi. Vargas lembra que coordenou
a campanha de Bernardo à Câmara dos Deputados em 1998.

O que mais revolta Vargas é que por comandar a campanha de Paulo Bernardo, em 1998, acabou como alvo de conturbado processo judicial por lavagem de dinheiro. Coincidência ou não, o dono da lavanderia financeira da época era Alberto Youssef, doleiro preso recentemente pela Polícia Federal na esteira da Operação Lava-Jato. “Agora fingem que não me conhecem. Se for preciso vou refrescar a memória deles”, afirmou.

Não é só a falta de solidariedade que tem deixado Vargas indignado. Ele identificou inúmeros sinais de que seu calvário político resultou do chamado “fogo amigo”. Identificado com o “volta Lula”, Vargas teria se tornado um alvo para setores do PT leais à presidente Dilma Rousseff. A ideia dos palacianos era detoná-lo como um exemplo do que os demais filiados ao partido não deveriam fazer. O que os autores da operação não contavam era com a dimensão do escândalo, que acabou se voltando contra todo o PT e a própria Dilma.