O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou o posicionamento do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) durante a votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, no último domingo (17). Ele afirmou, por meio de um texto publicado em sua página no Facebook, que o “PSDB precisa repudiar com clareza essas afirmações, que representam uma ofensa aos cidadãos do país e, muito especialmente, aos que sofreram torturas”. As informações da Folha de S. Paulo.
“É inaceitável que tantos anos após a Constituição de 1988 ainda haja alguém com a ousadia de defender a tortura e, pior, elogiar conhecido torturador”, escreveu o ex-presidente.
FHC disse ainda que espera que os “trâmites legais sejam todos cumpridos, sem delongas”. “E quando chegar o momento da decisão dos senadores, que a votação se processe de forma conveniente, sem declarações estapafúrdicas como algumas que testemunhamos na Câmara dos Deputados.”
Antes de se declarar a favor do afastamento de Dilma, no plenário da Câmara dos Deputados, Bolsonaro prestou homenagens ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, a quem chamou de “o pavor de Dilma Rousseff”.
Chefe do DOI-Codi de São Paulo entre 1970 e 1974 –mesmo período em que Dilma esteve presa na capital–, Ustra é considerado o maior torturador da ditadura militar.
REAÇÕES
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) reagiu, nesta quinta-feira (21), às declarações de Jair Bolsonaro. Em nota, a instituição classificou a fala do deputado como “apologia ao crime”.
“A OAB repudia de forma veemente as declarações do deputado, em clara apologia de um crime ao enaltecer a figura de um notório torturador, quando da votação da admissibilidade do processo de impeachment da presidente República Dilma Rousseff”, afirmou em nota.
Nesta terça (19), A OAB do Rio anunciou que vai pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal) a cassação do mandato de Bolsonaro.
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