A sucessão municipal foi antecipada. Inevitável.
Os resultados da eleição para o governo e o rescaldo do confronto estimulam a disputa desde já.
Quem não estiver atento, dança, diz o condottiere Jorge Samek, que prevê o avanço das forças de esquerda nas próximas eleições.
Previsão que assusta meio-mundo, especialmente aquele meio-mundo que votou em Osmar Dias. Essa gente não admite a idéia de que o PMDB associado ao PT tome conta, ao mesmo tempo, do governo e das principais prefeituras.
A principal praça de guerra volta a ser Curitiba. Aqui se desenha o confronto principal com personagens já definidos. Beto Richa tentará a reeleição apoiado pelas mesmas forças que tentaram apear Requião. Gleisi Hoffmann vai tentar reunir as esquerdas mais o PMDB para enfrentar o tucano.
A esquerda só venceu uma vez em Curitiba. Foi em 1985, quando Requião ganhou a eleição por diferença mínima.
O adversário era Jaime Lerner. Depois de mais de duas décadas essas forças estariam habilitadas para repetir o feito.
A outra banda se arrepia e passa a trabalhar.
Trata-se de não perder os privilégios. Ou seja, de não entregar sequer os anéis, contrariando, segundo crêem empresários de alto coturno, burguesotes e remediados, os propósitos da esquerda, a qual insufla a plebe rude e ignara a tomar tudo o que os abastados têm e que insiste em abocanhar seus dedos da forma que alguns comensais atacam asas de frango.
Diga-se que o confronto de interesses econômicos e políticos foi fator de desenvolvimento nos países mais avançados do mundo e em alguns se encaminha para virar debate de idéias entre grupos iguais. É o mundo civilizado.
Mas, por aqui, os conservadores mais atrasados preservam o faroeste. A esquerda é mais temida por eles que apaches e sioux. Mesmo quando surge na figura de Gleisi Hoffmann, mais agradável do que a dos representantes dos marmanjos de direita ou da própria esquerda. Fábio Campana, no Estadinho
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