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Protestos na diplomação de eleitos do Paraná

 Os deputados eleitos pelo Paraná foram vaiados ao chegar ao Teatro Guaíra, no centro de Curitiba, local onde foram diplomados, e alguns chegaram a ser agredidos na saída. Os gritos de "vergonha" partiram de cerca de 50 manifestantes, que mostraram o descontentamento pelo aumento de subsídios dos parlamentares. Na saída, uma pessoa deu um tapa no deputado federal eleito Reinhold Stephanes (PMDB). Houve muitos empurrões e confusão. A Polícia Militar precisou reforçar o contingente para controlar os ânimos. – de Evandro Fadel, da Agência Estado. Leia matéria na íntegra em Reportagens.

Protestos na diplomação de eleitos do Paraná

Protestos na diplomação de eleitos do Paraná

Os gritos de "vergonha" partiram de cerca de 50 manifestantes, que mostraram o descontentamento pelo aumento de 90,7% de subsídios dos parlamentares

Evandro Fadel

Curitiba – Os deputados eleitos pelo Paraná foram vaiados ao chegar ao Teatro Guaíra, no centro de Curitiba, local onde foram diplomados, e alguns chegaram a ser agredidos na saída. Os gritos de "vergonha" partiram de cerca de 50 manifestantes, que mostraram o descontentamento pelo aumento de subsídios dos parlamentares. Na saída, uma pessoa deu um tapa no deputado federal eleito Reinhold Stephanes (PMDB). Houve muitos empurrões e confusão. A Polícia Militar precisou reforçar o contingente para controlar os ânimos.

"Enquanto fazem seu movimento a gente respeita, mas agredir na ética, na moral, na dignidade, é difícil aceitar", reclamou o deputado. Ele disse que revidou a agressão física. "Isso não é democracia, é bagunça, é falta de respeito." O deputado estadual reeleito Antonio Anibelli (PMDB) foi atingido por ovos e farinha. Por determinação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), a entrada no prédio foi permitida somente a quem tinha convites. Os gritos não pararam durante toda a solenidade, embora nada fosse ouvido dentro. Muitos dos manifestantes usaram bolas vermelhas no nariz.

O governador reeleito, Roberto Requião (PMDB), fez coro aos manifestantes, mas ampliou as críticas. "A origem do salário absurdo está no Judiciário e no Ministério Público", atacou. "Não sei por que bater só no Congresso. Todos têm que apanhar da mesma maneira." Segundo ele, o subsídio justo é "o melhor que se puder pagar para todos os trabalhadores de nível universitário que estão no Estado, no Judiciário e no Ministério Público".

"A decisão do STF (que não referendou o reajuste por erro processual) não deve nos desmobilizar", disse o jornalista Creso Moraes, líder da manifestação. Ele reclamou também por ser barrada a entrada no Teatro Guaíra. "É a elitização de um ato público", afirmou. Alguns até tentaram forçar a passagem, mas foram contidos pelos seguranças. A Polícia Militar acabou fazendo um cordão na entrada para evitar confrontos.

Um dos manifestantes vestiu-se com uma máscara de macaco e distribuiu um folheto "lançando" a candidatura para as próximas eleições, com o número 171, do Partido da Quimera Parlamentar (PQP). "Prometo dar bananas para o povão", dizia o panfleto. No final, o grupo leu o nome de todos os deputados que se reelegeram e, a cada um, o grito: "Ladrão".