Lucas Sampaio
UOL
Um protesto contra o preço do pedágio numa rodovia próxima a Cosmópolis (a 135 km de São Paulo) resultou em depredação da prefeitura local, incêndio de veículos e confronto entre manifestantes e a Tropa de Choque da Polícia Militar no centro da cidade.
As manifestações, que começaram em torno das 5h nas rodovias, tiveram seu momento mais tenso em torno do meio-dia desta quarta-feira (3), quando cerca de 500 pessoas se concentraram em frente à prefeitura.
Enquanto o prefeito, Antônio Fernandes Neto (PMDB), e o secretário municipal de Segurança Pública e Transporte conversavam com cinco representantes do grupo, os demais reagiram atirando pedras contra o prédio, quebrando vidraças.
Também foram arremessadas bombas caseiras, que explodiram no chão, e sacos de lixo e lixeiras foram incendiados nas proximidades do local.
Um carro-forte que tentou passar no meio da multidão teve de retornar após ser atingido por pedras. O comércio fechou em razão do clima tenso.
O grupo só foi disperso com a chegada da Tropa de Choque, que utilizou bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.
No confronto, um homem arremessou uma garrafa contra os policiais. Eles revidaram com bombas que atingiram um bar, onde havia cerca de 15 clientes, que não participavam das manifestações. Houve corre-corre.
A Polícia Militar já havia prendido ao menos dez pessoas até as 13h por dano ao patrimônio, segundo o delegado do Distrito Policial de Cosmópolis, Fernando Periolo.
INCÊNDIOS
Esse foi o terceiro protesto em seis dias contra a tarifa do pedágio das praças Paulínia A e B, na rodovia Professor Zeferino Vaz (SP-332) –que liga Campinas a Mogi Guaçu.
Logo cedo, os manifestantes incendiariam todas as oito cabines do pedágio Paulínia A, que fica na divisa com Cosmópolis.
Nas outras duas manifestações, houve atos de vandalismo, mas a maior parte do protesto foi pacífico. Desta vez, um grupo ateou fogo em toda a praça e entrou em confronto com a PMR (Polícia Militar Rodoviária) –responsável pelo patrulhamento em estradas estaduais de São Paulo e que fazia a segurança do local– e hostilizou a imprensa.
Profissionais da EPTV (afiliada da TV Globo na região) e da Record foram agredidos e tiveram equipamentos roubados pelos manifestantes –que os arremessaram no fogo.
O ataque ocorreu por volta das 8h20, segundo a Rota das Bandeiras –concessionária da Odebrecht que administra a rodovia–, e foi controlado às 8h40, após intervenção da PMR, que dispersou os manifestantes. Um caminhão pipa da concessionária conseguiu controlar o fogo por volta das 9h.
O grupo também depredou um carro da Polícia Militar Rodoviária antes de incendiarem as cabines. O grupo reagiu à tentativa de prisão do motorista de uma caminhonete que tentava descarregar pneus que seriam usados em barricadas.
Os manifestantes, que reivindicam o fim da cobrança do pedágio para moradores de Cosmópolis, realizaram outros dois bloqueios pela manhã.
Enquanto a praça do pedágio era incendiada por cerca de 200 pessoas, grupos menores fecharam as saídas da cidade pelo km 140 e outro pelo km 143 da Rodovia Anhanguera.
No primeiro ponto, eles incendiaram um ônibus da empresa Princesa d’Oste, que transportava funcionários de refinarias da região. A Tropa de Choque da Polícia Militar, que foi deslocada de Campinas e Americana, dispersou os protestos. Não há registro de feridos até o momento.
Após o confronto, os manifestantes foram até o centro da cidade, onde incendiaram um ônibus do sistema público de transporte e depois foram até a prefeitura.
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