A manifestação de caminhoneiros já ganhou a adesão em 12 estados, afetando a produção de alimentos, exportações e abastecimento de combustíveis. Desde que o protesto começou há uma semana, manifestantes já realizaram bloqueios em rodovias no Pará, Ceará, Mato Grosso, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os caminhoneiros pedem redução no preço do diesel e do pedágio, tabelamento dos fretes e a sanção, por parte da presidente Dilma Rousseff (PT), de mudanças na legislação que flexibilizam a jornada de trabalho. Com informações da Folha de S. Paulo. (foto de Franklin de Freitas em registro do protesto na BR-227 no Paraná).
Preocupado com o impacto político e econômico do bloqueio das rodovias, o governo marcou uma reunião para esta quinta (26) no Palácio do Planalto, para discutir com os caminhoneiros e empresas de transporte. A ordem de Dilma é resolver o impasse o mais rápido possível. O governo, porém, teve dificuldades nos últimos dias para resolver o problema porque não conseguia identificar líderes que respondessem por todo o conjunto de manifestantes.
Apesar da reunião marcada com o governo, muitos grevistas ainda realizam bloqueios em várias de rodovias do país. O movimento ganhou adesão também na Bahia, no Ceará, no Pará e em São Paulo. Caminhoneiros do Espírito Santo podem aderir à paralisação nesta quarta (25). Nem mesmo decisões da Justiça Federal no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais, obrigando a liberação das rodovias, surgiram efeito.
Responsáveis, em média, por 58% do transporte de mercadorias no país, segundo o Ministério dos Transportes, os caminhões têm participação ainda mais alta em setores como o de grãos. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, 65% do transporte da soja no país foi por esse meio em 2013.
No porto de Paranaguá, por exemplo, o segundo maior exportador do país, o movimento está abaixo do normal. O escoamento da soja, em plena safra, está prejudicado. Neste terça, dos 925 caminhões previstos, apenas 67 chegaram. Segundo a direção do porto, mesmo com o fim do movimento, deverá haver lentidão no escoamento da soja.
No Paraná e em Santa Catarina, a JBS decidiu paralisar oito unidades de produção de aves e suínos. O principal problema é a interrupção no fornecimento de grãos para a alimentação dos animais e de insumos, como embalagens.
Deixe um comentário