“Se existisse Procon na política, o PT seria denunciado por propaganda enganosa e poderia ser impedido de funcionar pela prática repetida de crimes contra o consumidor. O PT é aquele partido que chegou ao poder em 2002 empunhando a bandeira da ética na política e entregou, em 2005, o escândalo do mensalão.
Os crimes do mensalão foram julgados em 2012 e o PT se tornou o primeiro partido brasileiro a ter atestado – passado pelo Supremo Tribunal Federal – de formação de uma quadrilha de malfeitores dentro do Palácio do Planalto. A contribuição do PT a política foi uma ousada e aloprada tentativa de fazer a Revolução pela corrupção.”
Trecho do artigo “Propaganda enganosa”, do deputado estadual Ademar Traiano. Leia a seguir a sua íntegra.
O PT é o partido que acusou (e acusa) os adversários de tramarem contra as empresas públicas e conseguiu – em uma década – transformar a Petrobras, a maior e mais importante empresa brasileira, em uma empresa à beira do colapso, vergada pelo empreguismo, pelo aparelhamento político e pela incompetência. A Petrobras é hoje a mais desvalorizada, a que tem a menor rentabilidade e a mais endividada entre as 10 maiores companhias de petróleo do mundo.
Outro caso flagrante de propaganda enganosa é a própria presidente Dilma Rousseff. Dilma foi vendida ao eleitor, na campanha de 2010, como uma incomparável gerente. Dois anos depois, o Brasil assiste a um apagão gerencial. As obras não andam, o PAC empacou, o PIB é ridículo, a inflação não para de subir e o governo não tem rumo. A única coisa que cresce no Brasil – na esteira da obsessão com a reeleição – é o número de ministérios. Com Dilma o governo chegou a 39 ministérios para distribuir e mercadejar com aliados políticos. Um recorde mundial.
O PT no poder representa um caso radical de marketing conduzindo a política de governo. Sem medo de ser feliz e sem qualquer receio do ridículo. O anúncio do fim da miséria no Brasil feito pela presidente Dilma Rousseff, através de uma gigantesca campanha publicitária, é uma peça de propaganda feita à custa da miséria alheia. A se acreditar no PT, a partir de R$ 70,00 mensais o cidadão deixa de ser miserável. Com os R$ 71,00, que o governo do PT considera suficientes para tirar um cidadão da miséria, é possível comer por dia 2/3 de uma banana, 1/2 tomate, 21 gramas de carne moída, 17 gramas de feijão e 54 gramas de farinha de mandioca.
O ridículo ronda sempre o PT. Um governo que decreta o fim da miséria, proclamando ter redimido o país da pobreza e assiste a divulgação, pela ONU, de um Índice de Desenvolvimento Humano onde ocupamos o 85º lugar. Levamos uma tunda da Líbia (colocada em 64º). Somos massacrados pelo Chile (40º), levamos uma goleada da Argentina (45º). Perdemos até para o glorioso país Cazaquistão (69º).
Para um partido que tanto se vangloria de ter ajudado os pobres o PT cometeu o pecado supremo contra os menos favorecidos ao trazer de volta a inflação. Um monstro que é especialmente cruel com os desfavorecidos. Derrotar a inflação foi uma luta de décadas de todos os brasileiros. A batalha foi vencida sob o comando do PSDB, na década de 90. O PT, com uma combinação perversa de imprudência e incompetência, está trazendo esse terror de volta.
O Brasil que queremos pode ser bem melhor que isso que está aí. A existência de regras estáveis, de segurança jurídica e de racionalidade pode, e deve, assumir o lugar da ideologia na tomada de decisões econômicas, políticas e diplomáticas. Os adversários políticos não precisam ser tratados como inimigos a serem exterminados.
A falta absoluta de noção faz o PT proclamar que o Brasil começou em 2003 e antes disso vivíamos nas trevas. Ações sociais que foram copiadas, ampliadas e renomeadas, são vendidas como se a redenção do país tivesse começado nesse suposto marco zero. O grande, senão o único, feito do PT foi ter dado continuidade e ampliado programas sociais iniciados pelo PSDB.
Os programas sociais precisam continuar. Mas não devem ser um fim em si e nem devem mirar a transformação de grandes setores da sociedade brasileira em clientela política de um partido. A proteção social aos mais vulneráveis deve ser um estágio a ser vencido no processo da emancipação real dos cidadãos. O Brasil não começou em 2003 e tem um longo caminho pela frente. Deixar para trás o PT e seus equívocos e delinquências será o primeiro passo para esse amanhã.
*Ademar Traiano é deputado estadual pelo PSDB do Paraná e líder do governo na Assembleia
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