O caos e o descontrole do sistema levaram as entidades e partidos políticos que integram a “Articulação em Defesa dos Usuários” a propor um projeto de lei, de iniciativa popular, que prevê a criação de uma Câmara de Controle Social do Transporte Coletivo de Curitiba e região metropolitana. “Vamos às ruas agora recolher 60 mil assinaturas e propor esse projeto de lei na Câmara de Vereadores”, disse Doático Santos, um dos coordenadores da iniciativa.
Doático apontou as várias falhas e irregularidades do atual sistema: aumento da tarifa, ausência de licitação pública, redução do número de ônibus em circulação nas linhas, redução do tamanho dos ônibus, motorista em dupla função (motorista e cobrador), falta de nomeação dos membros e de instalação do Conselho Municipal de Transportes, entre outras já investigadas pelas promotorias de Defesa do Consumidor e de Defesa do Patrimônio Público.
As entidades e partidos optaram pela ação de iniciativa popular porque acredita que a maior parte dos vereadores tem “simpatia pelas empresas de transporte” e que a prefeitura “é conivente com esse estado de coisas”. “A prefeitura perdeu o controle do total do sistema. As empresas fazem o que querem, da forma que querem”.
FEDERAÇÃO – A coleta de assinaturas será deflagrada na próxima terça-feira (3 de feveiro), às 16h, durante reunião das entidades e partidos políticos no Sindicato dos Jornalistas do Paraná. “Esse é movimento amplo que conta com as três federações de moradores (UGB, Femotiba e Femoclam) e suprapartidário (tem apoio do PMDB, PT, PV, PCdoB, PSC)”, disse Doático.
A UGB reúne 40 associações de moradores, a Femotiba, 400 e Femoclam 1,4 mil associações entre Curitiba e as cidades da região metropolitana. “As coletas se darão nas associações, nas escolas, de casa em casa. Esperamos que em 60 dias, estaremos com a coleta completa em condições de apresentar o projeto na Câmara de Vereadores”.
O professor Altino Chagas Loureiro, representante da Fepamef (Federação das Associações de Pais, Mestre e Funcionários das Escolas Públicas do Estado do Paraná), prevê o engajamento das associações no recolhimento das assinaturas ao projeto. “Os pais e os professores pagam o ônibus para ir ao trabalho e pagam para comprar o passe escolar para os filhos. O custo hoje da tarifa pesa no bolso de qualquer trabalhador”, disse Chagas Loureiro.
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