São Paulo 23/7/2020 – A questão-chave é justamente se perguntar: eu estou disposto a investir mais, mas ter como retorno melhor qualidade de vida e um impacto positivo.
A oportunidade de investimento é ainda maior para aqueles que apostam na certificação orgânica, por garantir aos consumidores produtos com qualidade e segurança reconhecidas.
Em expansão no Brasil, o mercado de produtos orgânicos tem se mostrado um grande potencial de negócio para quem quer investir em culturas ambientalmente sustentáveis e socialmente responsáveis. Segundo dados do Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (Organis), o setor cresce cerca de 20% ao ano e já fatura R$ 4 bilhões.
A oportunidade de investimento é ainda maior para aqueles que apostam na certificação orgânica, por garantir aos consumidores produtos com qualidade e segurança reconhecidas, ser sinônimo de vida mais saudável, e por registrar demanda superior à oferta desses produtos. Hoje o País possui cerca de 17 mil pessoas dedicadas à produção orgânica, segundo o Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos (CNPO) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
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Mesmo com tendência de alta este número poderia ser mais elevado, não fosse a opinião simplificada de que os que os produtos orgânicos são caros e o investimento muito alto. Mas será que o valor de um produto ou o começo de um negócio deve ser mensurado apenas pelo seu preço ou custo final? A resposta é não, é preciso desmistificar essa ideia.
Preço versus Valor Agregado
As pessoas se perguntam: por que os produtos orgânicos são mais caros? Ou se de fato eles realmente custam um pouco mais em relação aos não orgânicos? A resposta não se trata em estabelecer se isto é mito ou verdade, o primeiro ponto a ser considerado é justamente que não há como estabelecer um comparativo entre um produto orgânico e outro convencional, em especial, aqueles que apresentam certificação.
Isso se deve principalmente aos fatores envolvidos no processo de produção orgânica, que exige o cumprimento de legislação específica como a não utilização de agrotóxicos, preparo e manejo corretos do solo, respeito ao meio ambiente e cuidado com a saúde do agricultor. Por si, essas razões já conferem maior qualidade e valor agregado aos produtos orgânicos certificados.
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No entanto, a questão vai além. Apesar de não ser uma regra, geralmente existe um prêmio pago aos produtores certificados, isto devido aos custos de produção um pouco maiores e a depender da cultura e do tipo de produto produzido. O prêmio em questão é basicamente a expectativa de que o valor a ser cobrado pelo produto orgânico seja maior do que o valor do produto convencional em razão de seus diferenciais.
A questão-chave é justamente se perguntar: eu estou disposto a investir mais, mas ter como retorno melhor qualidade de vida e um impacto positivo para as próximas gerações? Se a resposta for sim, vale conferir uma lista de retornos que isso pode trazer para cada pessoa, a sociedade e o meio ambiente:
Dez benefícios para investir ou comprar orgânicos:
Produção livre de agrotóxicos;
Preserva o solo e a água;
Respeito à saúde do agricultor e ao bem-estar animal;
Contribui para o equilíbrio ambiental;
Agrega valor ao produto;
Mantêm a qualidade e as propriedades naturais dos alimentos;
Utiliza fontes de energias renováveis;
Melhora a qualidade de vida e auxilia para o consumo saudável;
Ajuda quem precisa baixar o consumo de produtos industrializados em decorrência de doenças e ou problemas de saúde;
Incentiva a criação de políticas públicas voltadas à produção e fixação social do pequeno produtor no campo.
É por tudo isso que considerar os produtos orgânicos mais caros acaba sendo relativo. Para o produtor rural é necessário ter ciência de que passar a produzir de forma orgânica e certificada exige investimento, sim, e como em qualquer outro negócio deve haver um planejamento que envolve todos os aspectos do negócio (comercial, preço praticado, canais de venda, divulgação, questões técnicas).
Ainda assim, existem formas de reduzir os custos de produção por meio de alternativas como compras conjuntas – a exemplo das cooperativas – e meio de distribuição conciliada.
Em contrapartida, cabe aos consumidores ter acesso à informação de confiabilidade de que determinado produto é de fato orgânico e produzido de modo diferenciado dos demais, respeitando a legislação vigente. Além de praticar o consumo consciente.
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