As prisões do ex-deputado André Vargas (ex-PT) e do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, nesta semana, tornaram remotas as possibilidades de nomeação do ex-ministro Paulo Bernardo para a diretoria-geral da Itaipu Binacional em substituição a Jorge Samek, colocado no comando da empresa pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda em 2003. As informações são d’O Paraná.
A indicação dele e de outros dois petistas – os ex-deputados Elton Welter e Luciana Rafagnin – partiu de Gleisi Hoffmann. À senadora também é atribuído o apadrinhamento de outros dois peemedebistas para cargos na binacional: Luiz Fernando Delazari e Maurício Requião.
Vargas e Vaccari foram presos pela Polícia Federal em mais uma fase da Operação Lava Jato, que apura o desvio de recursos e pagamento de propinas na Petrobras. Parte do dinheiro desviado, segundo as investigações, abasteceu campanhas eleitorais, entre elas a da senadora paranaense.
Gleisi responde a inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) por não ter declarado R$ 1 milhão recebido na sua campanha de 2010, cujas doações oficiais estão sendo investigadas também pelo Ministério Público Federal. Já Bernardo, marido da senadora, terá que depor no STF no inquérito envolvendo a esposa, e é testemunha também na ação que o presidente do UTC, Ricardo Pessoa, responde na Justiça Federal no Paraná.
PT e PMDB- A espiral de denúncias envolvendo o nome de Gleisi refrearam, no início do ano, os nomes de Paulo Bernardo e de outros petistas que pretendem os cargos na Itaipu. Em março, a petista voltou a se articular e botou pressão no Palácio do Planalto para efetivar suas indicações. Agora, com as prisões de Vargas e Vaccari, os apadrinhados por Glesi foram novamente “para a geladeira”, segundo palavras de um petista. Vargas é de Londrina e fazia parte do grupo de Gleisi e do marido.
Paulo Bernardo já adiantou a petistas que não aceita outra função na binacional senão a de diretor-geral brasileiro. Há 12 anos o cargo, Jorge Samek já havia aventado a possibilidade de só ficar até maio próximo, o que teria motivado a pressão de Gleisi pelo cargo ao marido.
Mas no tabuleiro da petista, o marido pode ocupar até a diretoria financeira (cargo já ocupado pela própria Gleisi e hoje nas mãos de Margarete Groff). O ex-deputado Elton Welter iria para a diretoria de coordenação, há muito sob a batuta de outro toledano, o também ex-deputado Nelton Friedrich. Já a ex-deputada Luciana Rafagnin, do Sudoeste, assumiria a coordenação de projetos para infância e mulheres.
Ainda na Itaipu, conforme as pretensões de Gleisi, há espaço para Luiz Fernando Delazari, assessor jurídico do senador Roberto Requião (PMDB), na diretoria jurídica, que hoje é ocupada por Cezar Ziliotto, bem como para Maurício Requião, irmão do senador peemedebista, na vaga de Moisés Pessuti, filho do ex-governador Orlando Pessuti (PMDB), no conselho de administração da binacional.
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