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Preso em Curitiba, Cunha deve ser colocado em cela separada na sede da PF

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Após ser preso pela Polícia Federal, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha chegou ao Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, por volta das 16h30 desta quarta-feira (19). Cunha, então, foi levado para a sede da PF no bairro Santa Cândida. O pedido de prisão preventiva do foi emitido pelo juiz Sérgio Moro, que conduz as investigações da Lava Jato. O ex-parlamentar deve ficar isolado e levado na quinta-feira (20) ao Instituto Médico Legal para exames de corpo de delito, uma praxe para verificação do estado de saúde.

Entre os argumentos utilizados para justificar o pedido de prisão de Cunha, a força-tarefa da Lava Jato afirmou que a liberdade do ex-deputado representa risco às investigações. Segundo a acusação, há evidências de que existem contas pertencentes a Cunha no exterior que ainda não foram identificadas, fato que coloca em risco as investigações. Além disso, os procuradores ressaltaram que Cunha tem dupla nacionalidade (brasileira e italiana) e pode fugir do país. Com informações da Agência Brasil.

“Enquanto não houver rastreamento completo do dinheiro e a total identificação de sua localização atual, há risco de dissipação do produto do crime, o que inviabilizará a sua recuperação. Enquanto não for afastado o risco de dissipação do produto do crime, presente igualmente um risco maior de fuga ao exterior, uma vez que o acusado poderia se valer de recursos ilícitos ali mantidos para facilitar fuga e refúgio no exterior”, disse Moro na decisão.

A prisão foi decretada na ação penal em que o deputado cassado é acusado de receber R$ 5 milhões, que foram depositados em contas não declaradas na Suíça. O valor seria oriundo de vantagens indevidas, obtidas com a compra de um campo de petróleo pela Petrobras em Benin, na África. O processo foi aberto pelo Supremo Federal, mas após a cassação do ex-deputado, a ação foi enviada para o juiz Sérgio Moro porque Cunha perdeu o foro privilegiado.

Outro lado
Em nota, Cunha afirmou que o pedido de prisão é absurdo: “Trata-se de uma decisão absurda, sem nenhuma motivação e utilizando-se dos argumentos de uma ação cautelar extinta pelo Supremo Tribunal Federal. A referida ação cautelar do supremo, que pedia minha prisão preventiva, foi extinta e o juiz, nos fundamentos da decretação de prisão, utiliza os fundamentos dessa ação cautelar, bem como de fatos atinentes a outros inquéritos que não estão sob sua jurisdição, não sendo ele juiz competente para deliberar. Meus advogados tomarão as medidas cabíveis para enfrentar essa absurda decisão.”