Os presidentes Ollanta Humala (Peru), Cristina Kirchner (Argentina), José Pepe Mujica (Uruguai) e Rafael Correa (Equador) prestaram solidariedade ao presidente da Bolívia, Evo Morales, que teve o avião impedido de ingressar nos espaços aéreos de Portugal, da França e da Itália. A ordem foi dada, segundo autoridades bolivianas, por suspeitas de que o ex-agente norte-americano Edward Snowden estivesse a bordo.
Humala conversou com Mujica e ambos se disseram indignados com a situação. Para o presidente peruano, a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), que reúne 12 países da região, inclusive o Brasil, deve manifestar repúdio ao ato contra Morales. Humala avalia a hipótese de promover uma reunião extraordinária do bloco. Na rede social Twitter, Cristina Kirchner alertou sobre as “consequências legais internacionais” do incidente.
“Falei com Pepe Mujica que está indignado, com razão, é tudo muito humilhante”, disse a presidenta argentina. “Ollanta vai convocar uma reunião da Unasul”, acrescentou. “Amanhã [hoje] será um dia longo e difícil.”
O ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, definiu a proibição à aeronave de Morales como uma “tremenda ofensa” à Bolívia e Unasul. Para ele, houve risco à segurança de Morales.
O avião presidencial foi proibido de ingressar nos espaços aéreos da França, da Itália e de Portugal, segundo autoridades bolivianas, por suspeitas de que o ex-agente norte-americano Edward Snowden estivesse a bordo. Morales foi obrigado a desviar a rota e a aguardar autorização para seguir viagem, em Viena, na Áustria. O boliviano vinha de reuniões em Moscou, na Rússia.
Nos Estados Unidos, Snowden é acusado de espionagem e está na Rússia à espera da concessão de asilo político. O ex-agente denunciou que os norte-americanos monitoravam e-mails e ligações telefônicas de cidadãos dentro e fora do país. Há, ainda, informações de que comunicações da União Europeia foram monitoradas. O norte-americano pediu asilo a 21 países, inclusive ao Brasil.
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