Presidente de Itaipu descarta pagar mais por energia do Paraguai
Jorge Samek discutiu assunto com presidente Lula nesta quarta (2). Para ele, calendário eleitoral paraguaio influencia discussão sobre o tema
O presidente da Itaipu Binacional, Jorge Samek, descartou reajuste na tarifa de energia elétrica que o Brasil compra do Paraguai. O aumento da tarifa é reivindicado pelo país vizinho. Samek discutiu no assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira (2) em Brasília.
Segundo Samek, a pressão pelo reajuste da tarifa se deve ao calendário eleitoral paraguaio. O país vizinho escolhe seu novo presidente no próximo dia 20. Para ele, passada a eleição, a discussão sobre o tema deve diminuir. “Não tenho dúvidas disso”, afirmou o presidente da usina. “Não vai ter reajuste. O valor da tarifa é definido em contrato”, disse. Segundo ele, o valor cobrado pela energia é suficiente hoje para manter o pagamento de royalties, manutenção e de financiamento da construção da usina.
No ano passado, a produção total de Itaipu foi de 92 milhões de megawatts, o suficiente para suprir 20% da demanda brasileira. “O Paraguai é o único país do mundo que não tem problema de energia. Aquilo que atormenta a presidente [Cristina] Kirchner, na Argentina, e a [Michele] Bachelet, no Chile, está resolvido no Paraguai”, disse Samek.
Ele afirmou que os investimentos para a construção da usina estarão integralmente pagos em 2022, o que permitirá ao Paraguai economizar US$ 1,1 bilhão por ano no pagamento de sua parte da obra. Hoje, o valor pago pelo Brasil pela energia paraguaia cobre a parte do financiamento do Paraguai e ainda dá uma receita adicional de U$ 400 milhões ao ano ao país vizinho.
Segundo o presidente de Itaipu, a usina está avaliada em US$ 60 bilhões, dos quais metade pertence ao Paraguai. “O PIB do Paraguai é de US$ 8 bilhões. É um bom negócio para eles”, afirmou.
Projeto – Samek disse que o Brasil deve financiar um projeto de linha de transmissão de energia de Itaipu até Assunção, capital do Paraguai. O projeto está orçado em US$ 2 milhões e a obra, entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões. O Brasil deve financiar apenas o projeto. O financiamento da obra dependeria de avaliação de bancos de fomento, o que poderia incluir até o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O presidente de Itaipu negou que a oferta de financiamento do projeto fosse uma tentativa de amenizar a reivindicação paraguaia pelo reajuste de tarifa de energia. De acordo com ele, a linha de distribuição já era previsto em negociação entre os dois países. (Globo.com)
Deixe um comentário