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Presidente da Câmara de Almirante Tamandaré é acusado de ficar com parte do salário de sobrinho

O Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR) investiga o presidente da Câmara de Almirante Tamandaré, João Marcelo Bini, suspeito de ficar com parte do salário do sobrinho, João Henrique Bini, funcionário comissionado da prefeitura. Informações G1.

A RPC teve acesso aos áudios de uma conversa entre o sobrinho e a tia dele, a ex-mulher do vereador João Marcelo Bini. Ela cobra o repasse da maior parte do salário do sobrinho, que ganha R$ 3,2 mil. Veja abaixo:

João Henrique: “Desde maio eu sempre pego e dou o salário para vocês. Eu não dei porque eu fiquei realmente sem. Se eu tivesse aqui, eu tinha dado, mas eu fiquei sem salário porque eu tive que arrumar meu carro, eu expliquei isso para o tio Marcelo. Ele acha que eu estou de falcatrua, não estou querendo dar as coisas para ele. Desde março, quando que eu não dei um salário para vocês aí?! Sempre cai 3,2 mil na minha conta, eu dou R$ 2 mil para vocês e fico com R$ 1,2 mil para mim”.

Tia: “Não é questão desde quando que você nunca falhou. A questão é que todo mês você nunca pode faltar, esse é o combinado. E combinado é combinado. Daí você se acerta com teu tio, então, porque eu não vou me meter nessa história, porque eu acho que você vai rodar aí, viu?!”

João Henrique Bini é funcionário comissionado da prefeitura.

A suspeita dos promotores é de que o sobrinho do presidente da Câmara repassava a ele parte do salário que recebia, a chamada “rachadinha”.

No depoimento ao MP, na condição de testemunha, o sobrinho justificou o repasse alegando que seria o pagamento de uma dívida.

“Eu pedi R$ 12 mil para ele. Eu fiz um acordo que eu precisava comprar um carro para mim, e eu só iria comprar se fosse à vista. Eu peguei o dinheiro emprestado e depois fui tirando parte do meu salário para dar para ele”, explicou João Henrique.

O presidente da Câmara deu a mesma explicação. “Eu garanto para vocês que nunca houve rachadinha nenhuma. Era uma dívida que ele tinha comigo e estava pagando. Só isso”, afirmou o presidente.

Porém, para o MP, não foi pagamento de dívida, e sim repasse de salário.

“Ali se fala que combinado é combinado, que se não for assim vai rodar, ou seja, vai perder o cargo”, disse o promotor Márcio Berclaz.

A Prefeitura de Almirante Tamandaré informou que está analisando a recomendação do MP para exonerar João Henrique.

Câmara Municipal de Almirante Tamandaré — Foto: Reprodução/RPCCâmara Municipal de Almirante Tamandaré — Foto: Reprodução/RPC
Câmara Municipal de Almirante Tamandaré — Foto: Reprodução/RPC