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Presente da Dilma no pós-reeleição: Gasolina vai subir 3% e o diesel 5%

bomba combustivel

A Petrobras informou nesta noite de quinta-feira (06) que reajustará o preço de venda da gasolina em 3% e do diesel em 5% nas refinarias, a partir da 0h de sexta-feira (07).

Segundo o comunicado, os preços da gasolina e do diesel, sobre os quais incide o reajuste anunciado, não incluem os tributos federais Cide e PIS/Cofins e o tributo estadual ICMS. As informações são do Estadão e da Folhapress.

O anúncio do reajuste era esperado com expectativa desde terça-feira (04), quando foi divulgado que o governo decidiu liberar a Petrobras para reajustar os valores dos combustíveis.

Na ocasião, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, fez uma apresentação ao conselho de administração da estatal, em Brasília, em que mostrava projeções com o percentual de 8% de reajuste. O esperado era que o aumento para a gasolina ficasse em 5%.

O último aumento nos preços dos combustíveis dado pela Petrobras entrou em vigor no dia 30 de novembro de 2013, quando a gasolina foi reajustada em 4% e o óleo diesel em 8%.

Impacto na inflação

O reajuste nos preços dos combustíveis deve ter um impacto de 0,15 ponto porcentual na inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2014, conforme cálculos do economista Étore Sanchez, da LCA Consultores.

Segundo ele, o aumento de 3% para a gasolina e de 5% no diesel já poderá ser absorvido no IPCA-15 de novembro. “Isso, adotando a hipótese de que o reajuste na refinaria poderá ser repassado integralmente aos consumidores”, afirmou.

“Só uma alta corroborou nossa expectativa, que foi o do diesel”, completou, destacando que previa elevação de 5% nos preços da gasolina.

Com o reajuste, o economista da LCA revisou para cima a projeção para o IPCA fechado de 2014. A expectativa é que o índice termine o ano acima do teto da meta de 6,50%, devendo ficar em 6 60%. A previsão anterior, antes do aumento dos combustíveis, era de 6,45%.

Aumento negociado

Pelo estatuto da Petrobras, a decisão pelo reajuste dos combustíveis é da diretoria-executiva da empresa, liderada pela presidente Maria das Graças Foster.

Na prática, porém, o aumento é negociado junto ao governo, uma vez que a concessão traz impactos inflacionários, e depois a proposta é apresentada aos conselheiros. A União controla a Petrobras e, nessa condição, nomeia sete dos dez conselheiros.

Como depende do aval do governo, a Petrobras não reajusta imediatamente os combustíveis conforme as oscilações do mercado internacional.

Nos últimos quatro anos, as perdas para a Petrobras com a política de não reajuste imediato dos combustíveis são calculadas em R$ 60 bilhões, segundo a corretora Gradual.

Preços

Neste ano, os combustíveis permaneceram a maior parte do tempo com preço abaixo da cotação internacional, chegando, em alguns casos, a uma defasagem de 20%.

Com a queda no preço mundial do petróleo, da faixa de US$ 100 para US$ 85 o barril, no último mês, a perda diária da Petrobras praticamente deixou de existir.

Até a semana passada, último dado disponível, a gasolina estava 1% mais cara no Brasil do que no exterior. Já o diesel, tinha defasagem de 4,5%.

Apesar da menor defasagem, analistas dizem que o reajuste é necessário para recompor parcialmente as perdas de caixa dos últimos anos.

A defasagem foi um dos fatores que contribuíram para a dívida líquida da empresa crescer 237% nos últimos cinco anos, de R$ 71,5 bilhões para R$ 241,3 bilhões.