Prefeito veta projeto que coíbe assédio moral no serviço público
Sismmac e Sismuc – dois sindicatos que representam os servidores da prefeitura de Curitiba – denunciam o prefeito Beto Richa (PSDB) por apoiar o assédio moral no serviço público municipal. Isto porque o prefeito vetou projeto de lei aprovado na Câmara de Vereadores que punia a prática de assédio na prefeitura de Curitiba.
Em nota à imprensa, o Sismmac (Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba) e o Sismuc (Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba) afirmam que no final de maio, os vereadores aprovaram por unanimidade o projeto da vereadora Professora Josete (PT) que coibia a prática de assédio moral no serviço público de Curitiba. “Semanas depois, insensível com o problema, o prefeito municipal vetou o projeto”, diz a nota.
Os dois sindicatos estranharam mais ainda que nesta segunda-feira (11), 26 dos 38 vereadores mudaram sua posição e decidiram manter a prática de assédio moral no serviço municipal. Os 26 vereadores integram a base de Beto Richa na Câmara Municipal. “A bancada do prefeito não teve coragem de revelar seu voto”, continua a nota.
“Quando o projeto ainda estava parado a espera de votação, o Sismmac e o Sismuc reivindicaram a adoção de medidas contra o assédio moral. A proposta foi apresentada em mesa de negociações. Os representantes do prefeito alegaram que não precisaria porque havia projeto com esse propósito tramitando. O mesmo projeto que o prefeito vetou. Ele fechou duas vezes a porta para evitar o assédio moral”, completa a nota do Sismmac.
Leia a seguir as declarações da vereadora autora do projeto e a indignação da diretora do Sismmac e da presidente do Sismuc conforme a nota à imprensa.
Silmara Carvalho, diretora do Sismmac, disse que o veto é uma prova de que a administração municipal apóia o assédio moral. “Os servidores não podem assumir suas posições no ambiente de trabalho e não têm condições de se colocar contra qualquer decisão de suas chefias”, disse.
“Nosso sentimento é de indignação diante da covardia dos vereadores da base governista, principalmente por se esconderem no anonimato”, disse Irene Rodrigues dos Santos, presidente do Sismuc. Ela se referia à votação secreta e ao fato de nenhum vereador da bancada do prefeito ter usado a tribuna para defender o veto.
“Lamento que uma prefeitura que se diz de primeiro mundo venha a vetar um projeto como esse, ainda mais porque o assédio moral hoje é um tema muito presente nas relações de trabalho em todo o mundo”, disse Josete durante a discussão do veto. “E lamento também a postura dos vereadores da base de apoio ao prefeito, que haviam ajudado a aprovar o projeto por unanimidade e, agora, não mantêm a coerência”, acrescentou a vereadora.
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