O prefeito de Realeza, Milton Andreolli (PT), comunicou à Justiça que não mais servirá de testemunha de seu antecessor Eduardo Gaievski, ex-assessor da ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e acusado de pedofilia no Paraná. Andreolli teme o movimento de vereadores que pretendem cassá-lo por crime de responsabilidade. O prefeito é suspeito de ter colocado toda a máquina do município para tentar livrar Gaievski, que está preso desde agosto acusado de 40 crimes sexuais. (na foto Gaievski e Andreolli e vereadores do PT de Realeza no gabinete de Gleisi).
As articulações de Andreolli para proteger Gaievski, de acordo com advogados consultados por vereadores de Realeza, são graves o suficiente para fundamentar um processo de cassação de mandato. O prefeito usou a estrutura municipal para pressionar testemunhas, com o objetivo de que retirassem ou desmentissem depoimentos que implicavam Gaievski. Uma das testemunhas, que se recusou a colaborar, perdeu a bolsa de estudos concedida pela prefeitura.
Outro caso do uso da máquina pública, pelo prefeito, para proteger Gaievski é o do aposentado João Pontes, avô de uma das vítimas. Ele foi despejado de um terreno da prefeitura, onde residia há anos, porque sua neta – vítima de Gaievski – não desmentiu depoimento contra o ex-assessor da Casa Civil. Pontes morava com a mulher e dois filhos há nove anos no Viveiro Municipal, em Realeza, e foi instruído, em 3 de setembro, pelo secretário de Administração da prefeitura, Fernandes Borges, a convencer a neta a retirar a denúncia contra o ex-prefeito. Diante da negativa, foi notificado pelo próprio Milton Andreolli para desocupar em no máximo trinta dias o imóvel. O despejo só foi evitado por uma medida cautelar tomada a pedido do advogado Natalício Farias, que defende as vítimas e é assistente de acusação no caudaloso processo contra o pedófilo que integrava a roda de pessoas de confiança da petista Gleisi.
Andreoli concedeu licença de dois anos para o secretário municipal da Administração, Fernandes Borges, preso quando subornava vítimas para que mudassem depoimentos sobre os estupros cometidos por Gaievski. O prefeito também não demitiu Edmundo Rafael Gaievski, o Fafo, irmão do pedófilo e motorista da prefeitura, apesar de ele estar foragido há mais de 40 dias, também acusado de subornar e intimidar vítimas e testemunhas.
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