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Prefeito de Tamarana, Beto Siena, é acusado de enriquecimento ilícito

Por Loriane Comeli, na Folha de Londrina:

O prefeito de Tamarana, Roberto Dias Siena (DEM), está sendo investigado por possíveis fraudes em licitações e enriquecimento ilícito – seu patrimônio seria bem maior do que as fontes de renda.

Ontem, a partir das 6 horas, promotores de Defesa do Patrimônio Público de Londrina e policiais civis e militares do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumpriram 15 mandados de busca expedidos pelo juiz da 1 Vara da Fazenda Pública de Londrina, Marcos Vieira, e apreenderam documentos na Prefeitura de Tamarana, em um supermercado da família do prefeito, na casa da mãe dele e em empresas que constumeiramente vencem licitações na cidade, segundo informou o promotor Renato de Lima Castro.

As investigações na Promotoria começaram há alguns meses a partir de denúncias. ”O que se apura é enriquecimento sem causa e desvio de verbas. Constatamos que existe uma repetição de empresas que vencem alternada e reiteradamente processos licitatórios”, afirmou Castro. ”Algumas empresas são de parentes do prefeito.”

O promotor também mencionou a construção de uma casa em Tamarana, com área de aproximadamente 500 metros quadrados, que não condiz com o patrimônio do prefeito. É a maior casa da cidade e sua estrutura é luxuosa. ”Pode ter havia enriquecimento sem causa lícita”, comentou, acrescentando que a casa estaria avaliada em R$ 700 mil e ainda não é habitada.

Em posse dos documentos apreendidos ontem, Castro e a promotora Leila Voltarelli devem colher novas provas, como depoimentos de testemunhas e investigados. Se comprovadas fraudes, o prefeito e os responsáveis poderão responder ação civil pública por improbidade administrativa.

Documentos

Durante a operação de busca, a equipe encontrou em uma das gavetas da escrivaninha do secretário de Finanças, Cleudemir Catai, dois talões de notas fiscais não preenchidos de duas empresas que constamente ganham licitações na cidade. A FOLHA apurou que durante ao ser indagado sobre o motivo de aqueles documentos – exclusivos das empresas -estarem em seu escritório, o secretário admitiu que ajudava as empresas, preenchendo notas fiscais de serviços prestado.

Cleudemir Catai foi procurado pela reportagem na Prefeitura, em sua casa e no celular, mas não deu retorno à solicitação de entrevista. Já o prefeito disse que não sabia que havia tais talonários com seu secretário. ”Não tenho conhecimento disso.” Questionado quanto a uma das empresa a quem um dos blocos de notas fiscais pertencia, Roberto Siena disse que efetivamente aquela empresa tem alguns contratos com a Prefeitura, mas não pertence a seus parentes.

Quando a equipe chegou à Secretaria de Saúde, houve a tentativa de um servidor de rasgar documentos, para que não fossem apreendido. Mas os papéis foram recuperados pelos pelos policiais.