de Rogério Galindo, na Caixa Zero, da Gazeta do Povo
A nova polêmica envolvendo a bancada evangélica na Câmara de Curitiba tem a ver com um título de utilidade pública. Normalmente, a concessão de utilidades públicas é apenas uma formalidade. O vereador apresenta, vê-se se a documentação está em dia, e vota-se só para formalizar o que todo mundo já sabe: será aprovado.
Desta vez, porém, a vereadora Carla Pimentel (PSC) resolveu fazer barulho. é que se tratava da proposta de um título de utilidade pública para um centro espírita. Carla, que é da Assembleia de Deus, não apenas votou contra como nesta terça-feira passou o dia instigando os dez outros membros da bancada a fazer o mesmo.
“Três parlamentares que se dizem evangélicos votaram a favor, dois não votaram (saíram do plenário de propósito no momento da votação), e outros cinco se abstiveram (ou seja não quiseram votar)”, diz o texto colocado pela vereadora no Facebook. Perceba que ela diz que os demais, por não terem votado contra, apenas “se dizem evangélicos”. como se a votação contra o projeto fosse pré-requisito para ter direito à religião.
Mais: a vereadora diz que o projeto é favorável a um “centro de macumba”. Macumba é o nome antigo e preconceituoso usado para religiões de origem africana, como o candomblé e a umbanda. “Se somos representantes do segmento evangélico precisamos ter posicionamento e votar de forma que possamos ecoar a voz, a vontade desta parcela da população. Jamais vou me omitir ou ficar em cima do muro”, afirmou Carla Pimentel.
No final das contas, na primeira votação o projeto de Aldemir Manfron (PP) em favor do Centro Espírita Tribo do Caboclo Pena Branca foi aprovado com apenas 20 dos 38 votos. Agora, o projeto vai à segunda votação.
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